quinta-feira, 25 de maio de 2023

 

O ROMANCE E A NOVELA

(Por Orlando Tadeu Ataíde Leite)

      Pois bem, vamos lá.

      Diferentemente do conto e da crônica o romance e a novela são narrativas mais longas e densas, especialmente o romance, considerado a "prima-dona" das narrativas literárias. A novela, por sua vez, funciona como um meio-termo entre o próprio romance e o conto, sendo, digamos, um gênero mais extenso que o conto e menos que o romance, algo se aproximando de duzentas páginas.

      Na novela, fundamentalmente, o que funciona são os eventos, os episódios, as "fofocas" de rua ou entre vizinhos, os "causos", ou seja, tudo aquilo que envolve diretamente as personagens, seus movimentos dentro do contexto estabelecido pelo roteiro, tudo para gerar aquele clima de tensão e de expectativa no leitor ou no espectador, que, ansioso e atento, espera pelo próximo capítulo. Interessante observar que o termo "novela" remete sempre à televisão, às famosas "telenovelas", tão apreciadas no país.

      O texto "O alienista", de Machado de Assis, por exemplo, transita entre os conceitos de novela e conto, em que uma personagem que considera todo mundo louco acaba por se trancar no hospício por acabar descobrindo-se como o "louco-mor", o que nos leva a perceber a essência da novela, ou seja, o evento tópico, local, até mesmo recheado de humor, que "carrega" o enredo.

      O romance, por sua vez, além de muito mais extenso, traz consigo uma densidade que vai além do simples evento ou fato, abordando aspectos da psicologia das personagens e de suas relações sociais, estabelecendo verdadeiras "teses" a serem "desvendadas" pelo leitor, espécie de "rato de laboratório" do romancista, como ocorre na famosa trilogia de Machado de Assis, especialmente no genial "Memórias póstumas de Brás Cubas", ou no não menos genial "Dom Casmurro", quando o autor deixa para o leitor a missão ingrata de desvendar o mistério da traição ou não da pobre Capitu.

      No romance, tudo é grandioso, desde as descrições de cenários, de cenas de referências  espaciais e temporais, até mesmo de estratégias de retornos e de avanços no decorrer da narrativa. No famoso romance "Dona Flor e seus dois maridos", de Jorge Amado, denso e longo, a história do pândego Vadinho e da "recatada" Dona Flor inicia justamente pelo "fim", com a morte abrupta do protagonista em um divertido desfile de carnaval de rua, sendo, a partir daí, contada desde o "começo", quando a protagonista fica dividida entre um amor "desvairado e divertido" e outro "recatado, seguro e sereno", abordagem psicológica sempre tão recorrente e atual.

      Portanto, percebe-se o "genoma" do gênero romance gravado nessa perspectiva de análise social a partir de um contexto de tempo, espaço e de análise psicológica profunda e densa das personagens envolvidas na história, como também ocorre com o famoso, "Vidas secas", de Graciliano Ramos, também transitando entre novela e romance, quando o leitor entra em contado quase que direto com a árida e selvagem paisagem do Sertão, que oprime almas e desenha o comportamento, também "árido e selvagem", do protagonista Fabiano e de sua família, todos "moldados" à feição do sofrimento como vítimas das secas nordestinas, retirantes perdidos e sem rumo.

Então é isso. Espero ter contribuído

                                                                                              Orlando Tadeu Ataíde Leite

 

TEORIA LITERÁRIA  APLICADA

DIFERENÇAS ENTRE CRÔNICA E CONTO

(Por Orlando Tadeu Ataíde Leite)

      Muitos se perguntam se os gêneros literários "crônica" e "conto" são a mesma coisa ou se são diferentes. Essa dúvida parece resultar do fato de que essas são modalidades literárias geralmente curtas e lidas de "um fôlego só". Há, por exemplo, contos de uma página só, embora haja outros, como "O alienista", de Machado de Assis, com 100 páginas! Há, ainda, outras semelhanças entre "crônica" e "conto", como o número reduzido de personagens e de núcleos narrativos.

      Mas o elemento principal que separa os dois tipos de narração é quanto à natureza da abordagem. Veja: eu estou querendo produzir um "conto" sobre, por exemplo, um fato ocorrido com um tio meu que mora no interior. Ele sempre gostou de desenhar e de construir barcos,  e, mesmo sem ter grandes conhecimentos de engenharia náutica, fazia tudo a partir das experiências empíricas que realizava.

      O que faço? Vou construindo, passo a passo, minha narrativa, pensando como meu tio era, como se comportava, como vivia. Penso na cidadezinha onde morava, na sua família, nos amigos. A partir daí, já tenho elementos suficientes para criar a minha história. Procuro um título, e vou desenvolvendo meu trabalho, começando com o cenário, apresentando possíveis personagens, focando no enredo, com o protagonista construindo seu barco e fazendo muitas viagens, ficando famoso com sua genialidade.

      Dá para perceber que houve todo um trabalho, um arcabouço, uma elaboração mental para a elaboração do conto, aqui produzido a partir de um processo ficcional focando uma realidade que o narrador conhece.

Já na elaboração da "crônica", o processo é mais simples e dinâmico, pois nasce a partir de "flashes", de "frames" do cotidiano, a partir daquelas situações tão comuns que presenciamos todos os dias em casa, no trabalho, nas ruas, enfim, nessa interação vivencial de todos os dias. A diferença é que simples fatos ou ocorrências tornam-se "picos de inspiração" para o escritor, que cria o texto a partir do momento, sem muita elaboração ou planejamento.

      Vou pela rua e vejo uma senhora descascando uma banana e dando para um macaquinho em um zoológico. O cidadão comum não vê nada de especial nisso. Mas o cronista não deixou de perceber o olhar de satisfação da senhora e o de agradecimento do pequeno animal.

Aí, nesse momento sublime da criação estética, nasce a crônica!!

                                                                               Orlando Tadeu Ataíde Leite

 


segunda-feira, 20 de março de 2023

 

QUANDO O VERBO TEM DOIS PARTICÍPIOS,

HÁ ALGUMA REGRA QUE DETERMINE O USO DE CADA UM?

Pergunta enviada pela leitora Luize Brás, Recife, PE

                            S.O.S. Português Por Beatriz VichessiBeatriz Levischi  

    Sim. O uso é determinado pelo verbo que antecede o particípio. Com os verbos ter e haver, devemos usar o particípio regular (marcado pelas terminações -ado ou -ido). Por exemplo: "Ele tinha salvado o arquivo" e "Ela havia prendido o dedo". Já com o ser e o estar, emprega-se o irregular: "Ele foi salvo por um herói" e "Os bandidos estão presos".        Outros verbos, como aceitar, limpar, entregar e eleger, seguem a mesma regra (aceitado e aceito, limpado e limpo, entregado e entregue e elegido e eleito). Porém, para outros, como ganhar, pagar e pegar, a tendência moderna é o uso cada vez maior do particípio irregular (ganho, pago e pego, respectivamente) seja lá qual for o verbo antecessor. Por exemplo: "Ele havia ganho muitos presentes" e "Ele tinha ganho muitos presentes". Essa desobediência não constitui erro.

     É considerada pelos estudiosos um movimento natural da língua.
Embora tenha só um particípio, o verbo chegar também merece uma observação à parte. Muitas pessoas usam chego como particípio ("Eu tinha chego tarde"). Está errado. O correto é "Eu tinha chegado tarde". Chego é a forma da primeira pessoa do presente do indicativo ("Eu chego cedo."). Alguns gramáticos dizem que isso pode estar sinalizando a formação de um novo particípio. Pode até ser, mas ainda não é aconselhável falar ou escrever assim.
Consultoria Douglas Tufano, professor de Língua Portuguesa e autor de livros didáticos e paradidáticos.

 

 


domingo, 13 de novembro de 2022

 

          HISTÓRICO DA ACADEMIA DE LETRAS MARITUBENSE – ALMARI

            Academia Maritubense de letra de Letras, teve suas origens relacionada a uma feira de apresentações de atividades escolares a que costumavam denominar de feira do livro ocorrida de 04 a 07 de dezembro de 2017.

             Encontravam-se nessa feria as escritoras Luciane Cunha, Lia Oliveira, Margaret Resque e os escritores Francisco Poeta, Luís Bernardino, Eloísio Vasconcelos, Francisco Teotônio, Edvan Brandão, além do compositor Dilton Oliveira, autor do Hino de Marituba e que era um dos coordenadores daquele evento escolar.

            No último dia do referido evento a escritora Luciane cunha propôs que os escritores ali presentes passassem a se encontrar para troca de informações e até mesmo ajudar-se mutuamente, assim seria criada uma associação de poetas e escritores de Marituba.

            Com esse propósito, fizeram a primeira reunião no dia 14 de dezembro de 2017 na biblioteca Pública denominada Reunião de Escritores e Poetas de Marituba, conforma ata elaborada pela escritora Luciane Cunha. Fundava-se ali a Associação Letras e Artes de Marituba (ALAM). Mas logo na reunião seguinte, ou seja, na segunda reunião, realizada da em janeiro de 2018, o Professor Francisco Poeta Propôs que ao invés de uma simples associação se criasse uma Academia.

            E assim então surgiu a Academia Maritubense de Letras AMAL ideia que foi acatada por todos os 09 escritores que se reuniam na Biblioteca pela 2ª vez, tendo como seus criadores: Luciane Cunha, Lia Oliveira, Margaret Resque e os escritores Francisco Poeta, Luís Bernardino, Eloísio Vasconcelos, Francisco Teotônio, Edvan Brandão; aquele mesmo grupo de escritores que se reuniu desde aquela pseuda feira de livros.                                

            Na 3ª Reunião realizada também em janeiro de 2018 veio somar-se ao grupo o escritor Dilermando Serrão que a convite do Professor Poeta passou a integrar o grupo que aos poucos cresceria. Assim realizaram-se mais quatro reuniões em 2018.

            Em 2019 outros escritores vieram fazer parte da Academia para discussão de uma proposta de Estatuto elaborada pelo Professor Poeta e que aos poucos foi sendo aprimorada, neste mesmo ano o Escritor. Apenas 04 Reuniões foram realizadas no ano de 2019 e a Academia já contava com 16 membros efetivos cuja maioria frequentou as 05 reuniões realizadas com o intuito de aprimorar o Estatuto.

            Em 2020, em virtude da Pandemia só duas reuniões foram realizadas a 1ª em março do e a 2ª em dezembro ano. Em 2021 ingressaram na Academia o Escritor Lázaro Falcão tendo o mesmo apresentado a proposta de mudança da nomenclatura de Academia Maritubense de Letras AMAL, para Academia De Letras mARITUBENSE cuja sigla é ALMARI, ideia que foi aprovada na 1ª Reunião realizada 12 de fevereiro de 2021. Nesse mesmo período o Escritor Edvan Brandão criou a Logomarca da Academia e O Dr. Lázaro Falcão assumiu os trabalhos de elaboração do Estatuto e do Regimento interno com a colaboração do Professor Francisco Poeta.

            Em março de 2021 foi aprovado o Estatuto e eleita oficialmente a primeira diretoria conforme ata redigida pela então Secretária Luciane Cunha. De lá para cá seguiram-se as reuniões ordinárias e as reuniões extraordinárias sempre na Biblioteca Pública de Marituba nossa sede Provisória, em parceria com a Secretaria de Cultura e com a Direção da Biblioteca. E tendo se instituído com entidade Literária de grande importância para o Cenário cultural de nosso município hoje orgulhosamente tomamos posse como os imortais das letras e da cultura Maritubense.  

 

               ALGUMAS CITAÇÕES PARA A REDAÇÃO DO ENEM

 

1 – Segundo Voltaire (1694-1778), filósofo francês do século XVIII. “Preconceito é opinião sem conhecimento.”

2 – De acordo com Leon Tolstoi, escritor russo do Século XIX “A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.”

3 – Segundo Nelson Mandela pacifista e ex-presidente da África do Sul na década de 1918 “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.”

4 – Segundo Manuel Castells (1942), sociólogo espanhol. Do Século XX “A internet é muito mais que uma tecnologia. É um meio de comunicação, de interação e de organização social.”

5 – Segundo Arthur Schopenhauer filósofo alemão do Século XIX “O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem.”
Autor: Arthur Schopenhauer (1788-1860), filósofo alemão.

6 – Segundo Leopard, escritor italiano do século XVIII, “Nenhuma qualidade humana é mais intolerável do que a intolerância.”

7 – Segundo René Descarte filósofo francês do XVII, “Ler um bom livro é como conversar com as melhores mentes do passado.”

8 – Segundo Sócrates filósofo do século V a.C. “Uma vida sem reflexão não vale a pena ser vivida.”

9– Segundo Thomas Hobbes “O homem é o lobo do homem.”

10 – Segundo o Filósofo Locke “Onde não há lei, não há liberdade.”

11 – Segundo Jean Jaques Rousseau “O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra acorrentado.”

12 – Segundo Kant “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”
Autor: Kant

13 - Segundo Aristóteles, filósofo grego do Século V a., “O homem é um ser social, portanto, tem necessidade de viver em sociedade e em constante cooperação.

 

        MODELOS DE INTRODUÇÃO DE REDAÇÃO PARA O ENEM

1.        Citação

Este modelo é útil quando o aluno conhece uma citação relevante sobre o assunto, pois serve como gancho para iniciar o texto. Vale lembrar que deve utilizá-la logo na contextualização, ou seja, no primeiro período do parágrafo introdutório.

Tema “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” (Enem 2016):

            Segundo a ativista e escritora norte-americana Helen Keller, “o resultado mais sublime da educação é a tolerância”. No entanto, infelizmente, na atual conjuntura brasileira, esta se faz distante, principalmente no âmbito religioso, no qual ficam evidentes as várias manifestações de discursos de ódio. Nesse sentido, resta analisar a problemática para propor medidas capazes de minimizá-la.

2.    Conceituação

introdução para redação com conceituação é uma das mais utilizadas. O objetivo é explicar um termo e demonstrar a importância dele para o tema. Para tornar as ideias mais claras, segue um exemplo baseado na proposta Enem 2020 - “Estigmas associados às doenças mentais na sociedade brasileira”.

            Estigma é um termo utilizado para determinar qualquer tipo de marca ou preconceito culturalmente difundido e que deprecia algo ou alguém. No tocante às doenças mentais, percebe-se que, no Brasil, isso se faz muito presente e representa um grande entrave para o tratamento daqueles que são acometidos por depressão e ansiedade. Portanto, urge que se discuta sobre o assunto para propor medidas capazes de reduzir o impasse.

3.    Séries e filmes

Faz uso de uma série ou filme para localizar o leitor sobre o assunto que será abordado e se mostra muito atrativo. Esse modelo de introdução para redação é bastante prático e cria um vínculo com o leitor, dada a atualidade das obras que podem ser usadas.

Confira um exemplo disso com o tema “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”:

            No longa-metragem “Acusados” (1988), Sarah Tobias é brutalmente violentada por três homens e, apesar de ter provas, tem a sua integridade questionada, sendo responsabilizada pelo ato. Fora da ficção, ainda são inúmeros os casos de violência contra a mulher que persistem mesmo diante de leis que visam à sua proteção no país. Sabendo-se disso, é fulcral por a questão em debate para buscar medidas eficazes em seu combate.

 

4.    Legislação

Para este modelo, a introdução é iniciada com a menção a uma lei a qual deve ser contraposta, para mostrar que existe um descompasso entre a teoria e a prática. Veja o exemplo abaixo para ter uma ideia mais clara de como isso pode ser feito.

            De acordo com a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 205, é dever do Estado garantir acesso à educação. Entretanto, nem todas as escolas possuem uma tradutora de libras e, por consequência, atrapalham o acesso de deficientes auditivos ao ensino.

  

5.    Alusão histórica

Trata-se de uma boa opção e demonstra conhecimento sobre fatos históricos. Em uma redação sobre “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” (Enem 2016), ficaria assim:

            No processo de colonização do Brasil, a visão eurocêntrica e a imposição do catolicismo sobre os povos subjugados fez com que, durante muito tempo, as culturas de matriz indígena e africana sofressem com o preconceito. Infelizmente, na atualidade, percebe-se que essa herança ainda é latente e tem como reflexo diversos casos de intolerância religiosa. Faz-se urgente, portanto, um amplo debate sobre o assunto para encontrar caminhos para o seu combate.

 

6.    Narração não-ficcional

Aqui é o momento de você utilizar aquele fato importante que foi noticiado e que ganhou repercussão nacional. Nesse caso, é importante estar muito atualizado e ter em dia a leitura dos periódicos. Veja abaixo um exemplo a partir do tema de redação da Unesp 2018 – “Liberar o porte de armas de fogo a todos os cidadãos diminuirá a violência no Brasil?”

            Em 2020, a jovem Isabela Ramos foi alvejada e morta, tragicamente, por uma amiga também menor de idade. Esta, apesar de pertencer ao grupo de CACs (Caçadores, atiradores e colecionadores), imprudentemente, tirou a vida de uma amiga. Tal aspecto não é isolado e tem se tornado frequente à proporção que há uma flexibilização do porte de armas. Logo, verifica-se que, liberá-la para os civis apenas ampliará a violência já crítica no Brasil.


7.    Método dedutivo

Certamente é uma das formas mais práticas e também que funciona perfeitamente em qualquer tema de redação. O seu princípio é de introduzir o assunto de uma dada visão geral para a particular. Para entender melhor essa dinâmica, analise o exemplo abaixo, a partir do tema da FAMEMA 2020 – “A redução da maioridade penal pode colaborar para a redução da violência no Brasil?”

            Na atualidade, o Brasil vem sendo acometido por uma crescente onda de violência. Tal aumento é muitas vezes associado a ações de delinquentes juvenis e por isso mesmo que a sociedade tem levantando cada vez mais a necessidade de se reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos, com o fito de inibir a ação de jovens. No entanto, essa medida não é capaz de combater a criminalidade, estando muito distante de uma efetiva contribuição para o país.

Cabe verificar que essa introdução foi feita em três períodos, cada qual com uma função específica. O primeiro dá uma visão macroscópica do assunto; o segundo insere especificamente o problema; o terceiro apresenta a tese e define a posição que será assumida pelo redator.

 

8.    Referência mitológica

É considerado por muitos como um dos melhores meios para introduzir, porque várias redações notam mil se valeram desse recurso.  Para entender melhor, veja o modelo abaixo baseado na prova Enem 2019 – “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”.

            Na mitologia clássica, Ulisses, após protagonizar a vitória dos gregos sobre os troianos, foi punido pelos deuses a não regressar mais ao seu lar, no entanto, mesmo tendo de lutar por vários anos, conseguiu voltar aos braços de sua família. Análogo aos desafios do herói, verifica-se que o país passa por um dilema difícil: a democratização do acesso às salas de cinema. Portanto, é crucial compreender as causas e as consequências do impasse para propor medidas cabíveis a sua superação.

 

9.    Analogia

Este modelo de introdução para redação propõe uma criativa comparação entre um determinado assunto e o tema. Aqui cabe usar de sua criatividade que adiciona preciosos pontos para o índice de autoria. Veja com mais clareza a partir de um exemplo baseado no tema ITA 2016 – “ A formação universitária e o mercado de trabalho”.

            O organismo humano funciona como uma máquina dinâmica em que o equilíbrio das funções biológicas é fundamental para a manutenção da vida. Análogo a isso, têm-se as relações sociais relativas ao mercado de trabalho e a formação superior, uma vez que existe uma íntima correlação entre ambos em que, o primeiro  precisa absorver o segundo para o equilíbrio. Nesse sentido, é pertinente avaliar as condições atuais dessa dilemática no Brasil do século XXI.


10. Referência literária

Este tipo de introdução é muito eficaz e traz um repertório de pronto que surpreende o corretor. Para realizá-lo, é preciso se lembrar de uma obra que você leu e que tem uma íntima relação com o tema. Olhe o exemplo que se segue, pautado no tema de redação FAMERP 2019 – “Obrigatoriedade da vacinação: entre a prevenção a doenças e o respeito às escolhas individuais”.     

            A obra “Capitães da Areia, do renomado Jorge Amado, contextualiza a cidade de Salvador em meados do século XX, momento em que há um surto de varíola que acaba preocupando diversas autoridades sanitárias e muitos cidadãos, com receio das medidas governamentais, recusam-se a se submeter ao tratamento recomendado. Análogo à ficção, verifica-se que hoje o país é acometido por um crescente movimento antivacina, o qual questiona a sua validade e defende o direito de escolha individual. Nesse sentido, resta analisar a problemática a fim de sanar as dúvidas mais pertinentes.

 

                         MODELOS DE INTRODUÇÃO DE REDAÇÃO PARA O ENEM

1.        Citação

Este modelo é útil quando o aluno conhece uma citação relevante sobre o assunto, pois serve como gancho para iniciar o texto. Vale lembrar que deve utilizá-la logo na contextualização, ou seja, no primeiro período do parágrafo introdutório.

Tema “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” (Enem 2016):

            Segundo a ativista e escritora norte-americana Helen Keller, “o resultado mais sublime da educação é a tolerância”. No entanto, infelizmente, na atual conjuntura brasileira, esta se faz distante, principalmente no âmbito religioso, no qual ficam evidentes as várias manifestações de discursos de ódio. Nesse sentido, resta analisar a problemática para propor medidas capazes de minimizá-la.

2.    Conceituação

introdução para redação com conceituação é uma das mais utilizadas. O objetivo é explicar um termo e demonstrar a importância dele para o tema. Para tornar as ideias mais claras, segue um exemplo baseado na proposta Enem 2020 - “Estigmas associados às doenças mentais na sociedade brasileira”.

            Estigma é um termo utilizado para determinar qualquer tipo de marca ou preconceito culturalmente difundido e que deprecia algo ou alguém. No tocante às doenças mentais, percebe-se que, no Brasil, isso se faz muito presente e representa um grande entrave para o tratamento daqueles que são acometidos por depressão e ansiedade. Portanto, urge que se discuta sobre o assunto para propor medidas capazes de reduzir o impasse.

3.    Séries e filmes

Faz uso de uma série ou filme para localizar o leitor sobre o assunto que será abordado e se mostra muito atrativo. Esse modelo de introdução para redação é bastante prático e cria um vínculo com o leitor, dada a atualidade das obras que podem ser usadas.

Confira um exemplo disso com o tema “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”:

            No longa-metragem “Acusados” (1988), Sarah Tobias é brutalmente violentada por três homens e, apesar de ter provas, tem a sua integridade questionada, sendo responsabilizada pelo ato. Fora da ficção, ainda são inúmeros os casos de violência contra a mulher que persistem mesmo diante de leis que visam à sua proteção no país. Sabendo-se disso, é fulcral por a questão em debate para buscar medidas eficazes em seu combate.

  

4.    Legislação

Para este modelo, a introdução é iniciada com a menção a uma lei a qual deve ser contraposta, para mostrar que existe um descompasso entre a teoria e a prática. Veja o exemplo abaixo para ter uma ideia mais clara de como isso pode ser feito.

            De acordo com a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 205, é dever do Estado garantir acesso à educação. Entretanto, nem todas as escolas possuem uma tradutora de libras e, por consequência, atrapalham o acesso de deficientes auditivos ao ensino.

 

5.    Alusão histórica

Trata-se de uma boa opção e demonstra conhecimento sobre fatos históricos. Em uma redação sobre “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” (Enem 2016), ficaria assim:

            No processo de colonização do Brasil, a visão eurocêntrica e a imposição do catolicismo sobre os povos subjugados fez com que, durante muito tempo, as culturas de matriz indígena e africana sofressem com o preconceito. Infelizmente, na atualidade, percebe-se que essa herança ainda é latente e tem como reflexo diversos casos de intolerância religiosa. Faz-se urgente, portanto, um amplo debate sobre o assunto para encontrar caminhos para o seu combate.

 

6.    Narração não-ficcional

Aqui é o momento de você utilizar aquele fato importante que foi noticiado e que ganhou repercussão nacional. Nesse caso, é importante estar muito atualizado e ter em dia a leitura dos periódicos. Veja abaixo um exemplo a partir do tema de redação da Unesp 2018 – “Liberar o porte de armas de fogo a todos os cidadãos diminuirá a violência no Brasil?”

            Em 2020, a jovem Isabela Ramos foi alvejada e morta, tragicamente, por uma amiga também menor de idade. Esta, apesar de pertencer ao grupo de CACs (Caçadores, atiradores e colecionadores), imprudentemente, tirou a vida de uma amiga. Tal aspecto não é isolado e tem se tornado frequente à proporção que há uma flexibilização do porte de armas. Logo, verifica-se que, liberá-la para os civis apenas ampliará a violência já crítica no Brasil.

7.    Método dedutivo

Certamente é uma das formas mais práticas e também que funciona perfeitamente em qualquer tema de redação. O seu princípio é de introduzir o assunto de uma dada visão geral para a particular. Para entender melhor essa dinâmica, analise o exemplo abaixo, a partir do tema da Famema 2020 – “A redução da maioridade penal pode colaborar para a redução da violência no Brasil?”

            Na atualidade, o Brasil vem sendo acometido por uma crescente onda de violência. Tal aumento é muitas vezes associado a ações de delinquentes juvenis e por isso mesmo que a sociedade tem levantando cada vez mais a necessidade de se reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos, com o fito de inibir a ação de jovens. No entanto, essa medida não é capaz de combater a criminalidade, estando muito distante de uma efetiva contribuição para o país.

Cabe verificar que essa introdução foi feita em três períodos, cada qual com uma função específica. O primeiro dá uma visão macroscópica do assunto; o segundo insere especificamente o problema; o terceiro apresenta a tese e define a posição que será assumida pelo redator.

 

8.    Referência mitológica

É considerado por muitos como um dos melhores meios para introduzir, porque várias redações notam mil se valeram desse recurso.  Para entender melhor, veja o modelo abaixo baseado na prova Enem 2019 – “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”.

            Na mitologia clássica, Ulisses, após protagonizar a vitória dos gregos sobre os troianos, foi punido pelos deuses a não regressar mais ao seu lar, no entanto, mesmo tendo de lutar por vários anos, conseguiu voltar aos braços de sua família. Análogo aos desafios do herói, verifica-se que o país passa por um dilema difícil: a democratização do acesso às salas de cinema. Portanto, é crucial compreender as causas e as consequências do impasse para propor medidas cabíveis a sua superação.

 

9.    Analogia

Este modelo de introdução para redação propõe uma criativa comparação entre um determinado assunto e o tema. Aqui cabe usar de sua criatividade que adiciona preciosos pontos para o índice de autoria. Veja com mais clareza a partir de um exemplo baseado no tema ITA 2016 – “ A formação universitária e o mercado de trabalho”.

            O organismo humano funciona como uma máquina dinâmica em que o equilíbrio das funções biológicas é fundamental para a manutenção da vida. Análogo a isso, têm-se as relações sociais relativas ao mercado de trabalho e a formação superior, uma vez que existe uma íntima correlação entre ambos em que, o primeiro  precisa absorver o segundo para o equilíbrio. Nesse sentido, é pertinente avaliar as condições atuais dessa dilemática no Brasil do século XXI.

10. Referência literária

Este tipo de introdução é muito eficaz e traz um repertório de pronto que surpreende o corretor. Para realizá-lo, é preciso se lembrar de uma obra que você leu e que tem uma íntima relação com o tema. Olhe o exemplo que se segue, pautado no tema de redação FAMERP 2019 – “Obrigatoriedade da vacinação: entre a prevenção a doenças e o respeito às escolhas individuais”.     

            A obra “Capitães da Areia, do renomado Jorge Amado, contextualiza a cidade de Salvador em meados do século XX, momento em que há um surto de varíola que acaba preocupando diversas autoridades sanitárias e muitos cidadãos, com receio das medidas governamentais, recusam-se a se submeter ao tratamento recomendado. Análogo à ficção, verifica-se que hoje o país é acometido por um crescente movimento antivacina, o qual questiona a sua validade e defende o direito de escolha individual. Nesse sentido, resta analisar a problemática a fim de sanar as dúvidas mais pertinentes.

                              O TEXTO DISSERTATIVO      

               ESCOLA EST. “N. SRA DO ROSÁRIO” (ENSINO MÉDIO REGULAR)

Língua Portuguesa (Redação e Expressão)          PROFESSOR: Francisco Poeta

ALUNO(A):_____________________ Nº: ___ TURMA______

                                            O TEXTO DISSERTATIVO                         

            A Elaboração de um texto dissertativo deve ser produto de um plano de trabalho do qual fazem parte as informações e os conceitos que vamos manipular ou priorizar, a posição crítica que queremos tomar, o perfil de pessoa ou de grupo a que nos dirigimos e o tipo de reação que nosso texto deve despertar. Em outras palavras, nosso texto dissertativo deve ser produzido de forma a satisfazer os objetivos que nos propusemos alcançar.

                                            Estrutura do texto Dissertativo

1 - Introdução: É o ponto de partida do texto. Por isso, deve apresentar de forma clara o assunto a ser tratado e também delimitar as questões que serão abordadas, referentes ao assunto, isto é, ao tema proposto. A introdução é uma espécie de roteiro sucinto que encaminha o leitor rumo ao desenvolvimento. Vejamos algumas formas de introduzir um tema despertando o interesse do leitor:

a) Colocando uma tese:   

Ex.1

      É possível afirmar que o aumento da poluição nos grandes centros urbanos é um fenômeno que vem crescendo cada vez mais no Brasil em virtude da falta de consciência da população e também da ausência do poder público na busca de solução para amenizar os efeitos desse problema.

       

      Ex.2

        É possível afirmar que o problema da poluição diz respeito à qualidade de vida das aglomerações humanas. A degradação do meio ambiente do homem provoca uma deterioração dessa qualidade, pois as condições ambientais são imprescindíveis para a vida, tanto no sentido biológico como no social.

c) Fazendo uma pergunta seguida de breves referências:

             Quais são as principais causas de haver tanta poluição?  A grande aglomeração urbana já é por si só uma fonte de poluição, pois implica numerosos problemas ambientais, como o acúmulo de lixo, o enorme volume de esgotos, os congestionamentos além da poluição sonora e da poluição do ar...

d) Colocando uma estatística:

       Em 1994, 80% das escolas norte-americanas já usavam o computador para fins educativos

e) Fazendo uma citação:

         Como dizia o poeta português Fernando Pessoa: “Devemos escrever livremente, sem                                                                                            deixar, no entanto, de fazer desse hábito uma forma de exercitar o espírito criador.”  

2 - Desenvolvimento:  é a parte do texto em que as ideias, conceitos, informações, argumentos já citados na introdução, serão desenvolvidos, ampliados, avaliados, defendidos com base em informações convincentes e comprováveis.

 

3 - Conclusão: é um resumo forte e sucinto de tudo aquilo que já foi dito, com ênfase ao que foi exposto na introdução, reafirmando suas informações.  Deve ser uma avaliação final clara e sucinta do assunto, além disso, deve conter propostas de intervenção (de mudança ou de continuidade) dependendo do assunto ou deixar no ar uma interrogação                                                                                                                          

                              Passos a serem seguidos ao se elaborar uma dissertação

1º  -  Ler o tema com atenção e refletir sobre o assunto                

2º  -  Fazer um levantamento das ideias relacionadas ao tema.

3º  -  Selecionar e ordenar as idéias em ordem de importância.

4º -  Fazer um rascunho  sem esquecer que idéias diferentes ficam em parágrafo Separados.

5º - Reler o rascunho, fazendo as modificações necessárias a correção gramatical, e ortográfica.

6º -  Escrever o texto para a folha definitiva, com cuidado para evitar as rasuras.

                                   Exemplo de redação sobre crise hídrica


              É possível afirmar que o Brasil é o país com maior estoque de água doce no mundo

 e dispõe de cerca de 12% (doze por cento) desse líquido essencial para toda a vida no

 Planeta Terra, porém, mesmo com esse privilégio, o nosso país tem sido acometido por divers

as crises hídricas que refletem diretamente na sociedade. Para diminuir ou acabar com esse

 problema é necessário a conscientização, a fiscalização e até mesmo o uso da tecnologia.

       Há dois tipos de ações que podem provocar uma crise hídrica: as causas naturais provocadas pela natureza e as ações humanas; entre as causas naturais a principal é a falta de chuva, como acontece no Nordeste brasileiro que historicamente sempre sofreu com as estiagens; entre fatores podemos destacar a poluição dos rios e lagos, o desmatamento e o desperdício por parte da população, que têm crescido cada vez mais nas grandes cidades em decorrência do processo de urbanização. 

       O uso consciente da água é de grande importância para evitar o esgotamento dos nossos recursos hídricos. É necessário também haver uma política de verificação do consumo de água, principalmente em territórios onde atividades industriais utilizam grandes volumes de água. 

      O  uso da tecnologia também pode  ajudar  bastante  na solução  do  problema da crise hídrica   ou mesmo  para  diminuir os  impactos  dessa escassez de água, isto é, de uma crise hídrica, seja  através  de sites ou  de aplicativos  que possam  rastrear o consumo exagerado e o desperdício de água,  ou  do  uso  de filtros inteligentes que  apresentem mecanismos  para  a  purificação  de água de rios lagos igarapés  e até mesmo das águas das chuvas.
             È necessário,  portanto,  que o  governo tome  medidas para controlar o consumo de água por parte da  população, não só conscientizando  as  pessoas sobre  a  importância  de se economizar a água, mas  também construindo novos reservatórios  investindo  em  tecnologias de despoluição das águas de rios e lagos que podem se tornar apropriadas para o consumo humano. A água é um bem de todos, dessa forma, todos devem preservá-la a fim de evitar futuros maiores problemas.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

             CONHECENDO  A LITERATURA PARAENSE                                                                                      



Bento de Figueiredo TENREIRO ARANHA


BENTO DE FIGUEIREDO TENREIRO ARANHA, filho de Rasimundo Tenreiro e de D. Tereza Joaquina Aranha, nasceu a 4 de setembro de 1769 na vila de Barcelos, antiga Comarca do Rio Negro. Ficando órfão aos 7 anos, foi entregue a um tutor que o fez aprender as primeiras letras. Mais tarde, amparado pelo Vigário Geral, José Monteiro de Noronha, matriculou-se no Convento de Santo Antônio, transferindo-se, a seguir, para as aulas dos Padres Mercedário, onde desenvolveu seu talento.
         Em virtude de dificuldades financeiras, não lhe foi possível seguir para Coimbra a fim de completar seus estudos.
         Foi diretor de Oeiras, vila de índios, onde era muito respeitado, abandonando este cargo por ter sido nomeado escrivão da Alfândega do Pará.  Por injustiças políticas, afastou-se de suas funções, voltando à sua vida no campo. Admitido para a Mesa Grande do Pará, foi confirmada sua vitaliciedade pelo Príncipe Regente D. João.  Faleceu a 11 de novembro de 1811.

Bento de Figueiredo Teneiro Aranha(1769-1811).  Obras Literárias, publicadas por seu filho em 1850.

 

SONETO

 

Se acaso aqui topares, caminhante,

Meu frio corpo já cadáver feito,

Leva piedoso, com sentido aspeito,

Esta nova ao esposo aflito, errante...

 

Diz-lhe como de ferro penetrante

Me viste, por fiel, cravado o peito,

Lacerado, insepulto e já sujeito

O tronco feio ao corvo altivolante;

 

Que dum monstro inumano, lhe declara,

A mão cruel me trata desta sorte;

Porém que alívio busque à dor amara,

 

Lembrando-se que teve uma consorte

Que, por honra da fé que lhe jurara,

À mancha conjugal prefere a morte.

 

 

 

SONETO

Passarinho que logras docemente
Os prazeres da amável inocência
Livre de que a culpada consciência
Te aflija, como aflige ao delinquente;

       

        Fácil sustento e sempre mui decente
Vestido te fornece a Providência;
Sem futuros prever, tua existência
É feliz limitando-se ao presente.

Não assim, ai de mim! porque sofrendo
A fome, a sede, o frio, a enfermidade,
Sinto também do crime o peso horrendo...

Dos homens me rodeia a iniquidade,
A calúnia me oprime, e, ao fim tremendo,
Me assusta uma espantosa eternidade.

Extraído de SONETOS BRASILEIROS Século XVII – XX. Colletanea organisada por Laudelino Freire.  Rio de Janeiro: F. Briguiet & Cie., 1913.

 

(A' Maria Barbara, assassinada, porque preferiu a morte
à mancha de adultera)

Se acaso aqui topares, caminhante,
Meu frio corpo já cadáver feito,
Leva piedoso com sentido aspeito
Esta nova ao esposo aflito, errante...

Diz-lhe como de ferro penetrante
Me viste, por fiel, cravado o peito,
Lacerado, insepulto, e já sujeito
O tronco feio ao corvo altivolante;

Que dum monstro inumano, lhe declara,
A mão cruel me trata desta sorte;
Porém que alívio busque à dor amara,

Lembrando-se que teve uma consorte,
Que, por honra da fé que lhe jurara,
Á mancha conjugal prefere a morte.                             

Página publicada em junho de 2009; ampliada e republicada em novembro de 2017                                          Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.

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