Literatura Brasileira Professor: Francisco Poeta
O SIMBOLISMO
O simbolismo instaurou-se na França em 1857 com a publicação do livro Fleurs du mal (Flores do mal) de autoria de Baudelaire. Era a corrente do idealismo poético numa reação contra o positivismo e o materialismo da época. Os simbolistas foram considerados como “nefelibatas”, os que vivem nas nuvens.
Tanto no Brasil como em Portugal, o movimento simbolista iniciou-se na última década do século XIX e avançou pelo início do século XX, paralelamente as tendências pré-modernistas.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO SIMBOLISMO
1_ Musicalidade: “a música antes de tudo.” O ritmo e as rimas contribuem para a atmosfera e a musicalidade do poema.
2_ Sugestão: o poema simbolista é pleno de sugestões e ambigüidade, o autor não dá nome, mas sugere um mundo nebuloso dos símbolos, a obscuridade torna-se indispensável. Há sempre uma lacuna a ser preenchida pela participação do leitor.
3_ Espiritualidade: O poeta tal qual um vidente, traz em si um certo sentido adivinhatório; o texto poético é meio místico, meio mágico.
4_ Forte presença de sinestesia: há uma relação subjetiva no uso simultâneo dos sentidos, o perfume de uma flor, pode por exemplo, despertar facilmente uma sensação visual. Pode ocorrer também o fenômeno da audição colorida. Há uma analogia entre cores, sons e perfumes que estabelecem uma correspondência intuitiva entre o mundo físico e o espiritual.
O SIMBOLISMO NO BRASIL
O marco inicial do simbolismo no Brasil foi a publicação de dois livros de Cruz e Sousa, em 1893: Missal, poemas em prosa publicado em fevereiro e Broqueis poemas em verso lançado em novembro considerado a verdadeira profissão de fé do simbolismo. Cronologicamente o simbolismo estendeu-se por apenas nove anos no Brasil de 1893 à 1902, quando Euclides da Cunha publicou “Os sertões começando a chamar a atenção para as tendência pré-modernas da nossa literatura, porém o simbolismo avançou paralelamente ao Pré-Modernismo sendo reconhecido também como antecedente da Semana de 1922.
PRINCIPAL SIMBOLISTA BRASILEIRO
*João da Cruz e Sousa: Nasceu em Desterro, atual Florianópolis em 1861 e morreu em Sítio, Minas Gerais em 1898. Seus pais viviam na condição de escravos do Marechal Xavier de Sousa que deu a ao poeta o sobrenome Sousa. Antes de partir para a guerra do Paraguai, o Marechal deu a liberdade aos pais de Cruz e Sousa. Por beneficio do referido Marechal, Cruz e Sousa recebeu esmerada educação; aprendeu francês, latim, grego, bases de uma educação estética e naturalista. Com a morte de seus pais teve de lutar para sobreviver.
João da Cruz e Sousa participou do movimento abolicionista e correu o Brasil com um grupo teatral. Por causa do preconceito racial, deixou sua terra natal em 1883. Voltou a Santa Catarina, obteve nomeação de promotor público na cidade de Laguna, mas foi impedido de assumir o cargo devido ao preconceito e a segregação de que era vítima. Em 1890, decide mudar-se definitivamente para o Rio de Janeiro, onde forma o primeiro grupo do pensamento simbolista no Brasil, junto com B. Lopes e Oscar Rosas. Para sobreviver, foi obrigado a sujeitar-se a um mísero emprego na estrada de ferro Central.
Em 1893 Cruz e Sousa casou-se com a jovem negra Gavita Rosa Gonçalves com quem teve quatro filhos que morreram prematuramente. Sua esposa enlouqueceu e foi para um hospício. A grande pobreza material em que vivia, o fato de ser negro, a doença da esposa, o encargo dos quatro filhos que nasceram próximos um do outro, morrendo prematuramente, tudo isso tornou a vida de Cruz e Sousa um fardo muito pesado, Tuberculoso, procurou tratamento em Minas Gerais na cidade de Sítio, onde faleceu em 1898.
A POESIA DE CRUZ E SOUSA
A poesia de Cruz e Sousa tem como características mais marcantes:
a) o efeito sugestivo e a musicalidade com o uso de sinestesias e aliterações;
b) constante obsessão pelo branco, frequentemente usando palavras que sugerem a tonalidade do branco; lunar, neve, marfim, alvas, claras;
c) uso de símbolos da transcendência espiritual: missal, turíbulos, aras, incenso;
d) uso freqüente de iniciais maiúsculas no meio de versos.
Antífonas Violões que choram
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quinta-feira, 26 de novembro de 2009
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