sexta-feira, 13 de outubro de 2017





                                                             SUSCITAÇÃO
    Belos poemas
 Suscitam  velhos temas
Como antigos amores,
Antagônicos dilemas
Guardados, perdidos,
Camuflados, esquecidos
Em tempos perdidos
Antigas histórias,
Perdidas memórias
   Francisco Poeta 13/102017

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domingo, 19 de fevereiro de 2017



Madame Bovary   (Por Paula Perin dos Santos)
Madame Bovary (1857), romance de Gustave Flaubert, constitui uma das maiores obras da estética realista da Literatura Francesa. O segredo desse sucesso está no estilo, que consiste na “perfeição da prosa e na maestria mais absoluta da arte de narrar”.
        Esta obra ocupa uma posição central no gênero romance por vários motivos. Um deles é o fato de ter sido considerado uma leitura “indecente e corruptora” das mocinhas de família; outro motivo deve-se ao fato de o escritor ter sido processado pela Sexta Corte Correcional do Tribunal de Sena por tratar de um tema tão pecaminoso como o “adultério”. Fora absolvido pelos juízes, mas não pelos críticos puritanos.
        O enredo de Madame Bovary impressiona pela simplicidade, e por tratar com bastante precisão a estupidez humana. A história começa descrevendo Charles Bovary quando entrou na escola e a algazarra que provocou nos alunos por possuir um chapéu ridículo, ser tímido, incompetente e insensível de grande inabilidade. Muitos críticos consideraram esta descrição inútil, enfadonha. Pode até ser cansativa, mas inútil não é: o ridículo do chapéu é o símbolo da estupidez de quem o usa.
        Assim, durante a narrativa aparecerá muitos outros chapéus ridículos, como o “boné grego” do farmacêutico Homais, o chapéu de castor do padre Bournisien e o chapéu elegante, mas já fora de moda de Rodolphe. Emma, por sua vez, é a mocinha sonhadora, romântica, acreditando que suas leituras medíocres lhe contam sobre a felicidade proporcionada pelo amor. Esse mundo todo colorido de ilusões se desfaz tão logo se casa, para fugir da estreiteza da casa paterna, com o já então médico Charles Bovary.
        Um dia, num baile no castelo do vizinho aristocrático Emma Bovary reaviva seus sonhos românticos, a que tão pouco responde o marido. Depois disso, Emma cai na aventura com vários amantes. Primeiro, com Rodolphe, um tipo de Don Juan do campo, que logo a abandona. Depois com Léon, o jovem empregado de um advogado. Por esse ela perde o equilíbrio: contrai dívidas através de empréstimos que nunca poderá pagar. Desesperada e, acuada pela ganância dos credores, suicida-se.
        Só depois de sua morte Charles Bovary descobre a verdade. Fica perturbado sem saber o que pensar. Não se vinga dos amantes, não toma nenhuma atitude. Perde tudo o que tem para saldar as dívidas. Depois morre, amargurado, deixando uma filha pequena que vai morar com a avó, que também morre. Para sobreviver, a tia manda-a trabalhar numa fábrica de tecidos. Uma história triste e, em parte, sórdida.
        O romance se chama “Madame Bovary”. Se levarmos em conta o título, Emma Bovary seria sua “heroína”. No entanto, a narração começa e termina com o estúpido Charles Bovary; e nela desempenham um papel importante na trama o estúpido Don-juanismo de Rodolphe, a estúpida paixão de Léon, a estupidez do padre farisaico Bournisien e todo esse pequeno ambiente de província, que não deixa uma saída para Emma nem para ninguém. É por isso que Otto Maria, em seu ensaio sobre a obra, comenta com grande ênfase: “o verdadeiro personagem desse romance é a Estupidez humana”.
Fontes
CARPEAUX, Otto Maria. Madame Bovary.
In Gustave Flaubert: Madame Bovary. Ediouro, s/d, p. 11-17.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017





AMIGO DE MIM

NÂO DIGAS,  AMIGO
NADA ALÉM DO QUE
PRECISO OUVIR.
NÃO PENSES, AMIGO
                                  NOUTRA COISA QUE                                    
NÃO SEJA O ELO
QUE UNE DOIS AMIGOS.
NÃO DEIXES,  AMIGO
QUE A MINHA LÁGRIMA
                                                       ESCORRA POR ENTRE                                                         
                                                              TUAS MÃOS E                                                                   
                                                        CAIA NO CHÃO                                                                              
NÃO ME ESTENDAS AS TUAS MÃOS
SE ELAS ESTIVEREM OCUPADAS;
MAS, POR FAVOR,
FAZE COM QUE ELAS
ESTEJAM SEMPRE DEsOCUPADAS
PARA MIM.
NÃO JULGUES MEU OLHAR
NEM MINHA ATITUDE,
ANTES DEIXE QUE
MEUS OLHOS SE MANTENHAM
PERDIDOS, E SE UM DIA
ENCONTRARES MEU OLHAR
VAGANDO  DESORIENTADO NO
MUNDO DOS SONHADORES,
DÁ-ME ELE DE PRESENTE,
POIS HÁ MUITO DESEJO
ENCONTRÁ-LO;  E SE ACASO
AO   VÊ-LO, SOUBERES DO
MEU SEGREDO,
FINGE PARA MIM
QUE NADA SABES E
NÃO CHORES,  AMIGO
POIS NÃO SABERIA
EU DIZER-TE PALAVRA
ALGUMA.


             De Alda Para Chico   UFPA, 08 /06/87
  

  O ROMANCE E A NOVELA (Por Orlando Tadeu Ataíde Leite)       Pois bem, vamos lá.       Diferentemente do conto e da crônica o romance e a n...