quinta-feira, 3 de setembro de 2015


                                             O DESFILE   ESCOLAR   INCOERÊNCIA
                            Amanhã teremos novamente o desfile escolar na praça central de Marituba. E o que era para ser um belo espetáculo, vai novamente ser motivo de preocupação, por conta dos prejuízos à saúde de muitas pessoas, sobretudo crianças e adolescentes, que mais uma vez, serão expostas ao sol depois das dez horas, depois das onze, horas, depois do meio dia e até às três horas da tarde como já ocorreu em vezes anteriores.  E aqui está novamente a minha crítica a essa prática de impor aos alunos um horário improprio de exposição ao sol, sem nenhuma proteção a não ser um boné que não protege a pele de nenhuma criança.
              Sou como voz que clama nesse deserto de incompreensão, já faz um bom tempo. Mas ninguém me dá ouvidos! _ O que  vale é o espetáculo _ segundo os organizadores (e é sempre uma oportunidade do prefeito se promover perante a comunidade escolar, mesmo diante daquela que está fora de sua alçada como é o caso do ensino Médio, como tem sido há muitos anos.) Não faço objeção a esse fato, nem mesmo ao desfile escolar em si. Em que pese o dia da raça, remonte a uma das práticas militares, entre tantas que ficaram como herança e que as escolas não se preocupam em esclarecer aos alunos, talvez até por vergonha!
               _ Mas de fato não é ao desfile em si que  me oponho. Sou crítico do horário em que ele se estende, muitas das vezes adentrando à tarde, com crianças já cansadas, com sede e quase sem nenhum prazer em estar ali, mesmo que tenham manifestado anteriormente o desejo de participar do desfile.
               Não posso deixar de mencionar aqui, minha tentativa de mudar essa prática, durante dos três meses em que estive a frente da Secretaria Municipal de Educação de Marituba e que propus descentralizar o desfile para alguns bairros, com o objetivo de diminuir o número de escolas em cada dia de desfile, deste modo começaria por volta das 7: 30  (sete e trinta) e no máximo as  10:30 (dez e trinta) da manhã tudo já estaria finalizado, sem expor crianças pais e professores ao sol escaldante.         
              _Infelizmente,  mesmo naquele período não foi como planejei, por conta dos atrasos  do mandatário em virtude da sua prática de chegar sempre muito depois dos horários estabelecidos.  Mas ficou a proposta, pelo visto, também ignorada pela atual gestão. E então, reitero que o que poderia ser um belo espetáculo até o final, depois das onze horas da manhã, torna-se uma verdadeira agonia para muitas crianças, para os apaís que ali vão levar seus filhos para desfilar ou assistir e para os professores que lá estão a serviço, cumprindo suas obrigações. Do contrário, muitos desses professores poderão ter descontos em seus salários, caso não compareçam. “Por se tratar de dia Letivo”. 
              O fato é que gostando ou não, muitos professores terão que comparecer para trabalhar, mesmo que correndo o risco de contrariem uma gripe ou algo dessa natureza em virtude de se exporem ao sol por longo tempo em horários não recomendáveis.
              Seria um belo espetáculo para todos os que gostam, até mesmo em virtude da grande carência de opções de lazer para a nossa  tão massacrada população de Marituba. Preocupa-nos, mais ainda,  o fato de que nas  semanas que se  seguem após o desfile muitas crianças e até mesmo professores são acometidos de gripe em virtude da exposição excessiva e desnecessária ao sol o que leva a ficarem ausentes da escola. Muitos alunos correm até o risco de perder o ano letivo ou são levados à recuperação por causa disso.  E como sabemos nossos postos médicos não tem condições e nem remédios para todas essas pessoas.   Mas o que fazer? Quanto mais alertamos e falamos, mais eles fazem do jeito que acham que deve ser feito sem jamais avaliarem as consequências negativas de seus atos
                                                                                           Professor Francisco Poeta

sexta-feira, 13 de março de 2015

A PRÁTICA EDIONDA DO CABRESTO




                                         A  PRÁTICA EDIONDA  DO CABRESTO                  
                Sou Professor da Rede Pública estadual, concursado desde 1992, posso até dizer que tive um pouco de sorte pelo fato de o Governo do estado ter efetuado aquele concurso no qual fui aprovado, e não posso deixar de lamentar  o fato de que os concursos  para preenchimento das funções no serviço  público são tão demorados.  Os governos levam anos e anos para promover concursos, e levam outros incontáveis anos para irem lentamente preenchendo as vagas e nesse interim, escolas ficam sem professores, hospitais e postos ficam sem médicos, enfermeiros, dentistas e outros.
                               O mais lamentável de tudo isso,  é que as vagas  no serviço público acabam virando objeto de barganha entre os que estão no poder, daí o desinteresse total em realizar concursos e então reina a famigerada contratação, muitas delas por tempo determinado, a qual muita gente mesmo com formação superior, especialização ou mestrado e até mesmo doutorado, tem que e submeter _ É pegar ou ficar sem trabalho _ em virtude de não se ter perspectiva de concurso público tão cedo _ É isso mesmo  e nem se tem para quem recorrer, uma vez que os órgãos de justiça que deveriam  obrigar as prefeituras e o próprio estado a fazer concursos,  ao que parece estão ocupadíssimos com  outras coisas e deixam isso pra lá.
                               Enquanto isso, já que estão livres e isentos de incômodos por parte da justiça, os governantes vão levando em frente a prática do neo-coronelismo,  aplicado ao serviço público,  principalmente na Educação, onde fazem o que querem. Há casos de prefeituras como a de Marituba,  por exemplo em que menos de 20% daqueles que trabalham na Educação entraram por concurso público. E a  grande maioria é composta de contratados que recebem  salários ínfimos sem gratificação de titularidade, sem gratificação de função, sem plano de saúde, mal ganham pelas aulas dadas  e quando são dispensados,  às vezes, só ficam sabendo um, dois ou mais meses, saindo  sem lhes seja  pago nem mesmo os meses que trabalhou sem saber que já havia sido dispensado desrespeitosamente.
                               É esse o sistema público de Educação na maioria dos municípios. E nem se pode dizer que a justiça não sabe. Mas  como é a prática no Brasil, a justiça só age se for provocada e por isso mesmo as coisas vão de mal a pior, por que,  qual é o professor que vai querer denunciar ou “provocar a justiça”, em Marituba, por exemplo,  se ele  depende daquele  injusto salário e sabe que se for descoberto como denunciante logo será demitido.  E assim sendo, os prefeitos os vereadores e outros, vão se dando muito bem a custa da exploração do trabalho,   principalmente dos professores e de outros que atuam nas escolas.  Longe de mim,   querer ofender  aqueles que tem a mesma profissão que eu tenho, meus colegas professores., mas é inevitável dizer que essa forma vil de se administrar  os municípios  é muito semelhante aquela velha pratica dos coronéis  que traziam no cabresto todos aqueles que de uma forma ou de outra dependiam deles e com os votos dos quais  os coronéis eram eleitos ou elegiam aqueles que lhes interessavam estar no poder.
                               Infelizmente é essa a prática macula o serviço público, principalmente a Educação nos municípios. Os prefeitos se elegem, prometem concurso público, mas suas intenções são outras, porque bem sabem que um indivíduo concursado, cumprindo suas obrigações de forma lícita, dificilmente dependerá de se submeter a essa situação humilhante, ultrajante como se submetem os professores e demais contratados do serviço público de inúmeros municípios dentre os quais eu destaco Marituba, onde essa situação é frequente.
                               Submissão, cabresto, necessidade, muitos dos que estão no poder nem se dão conta da dimensão ideológica dessas palavras. Só sabem eles que estão no poder de onde não querem sair por nada e tudo fazem para ali se manter. Fingem ignorar as condições de trabalho nas escolas, ignoram os anseios dos professores que recebem salários abaixo do Piso Nacional. O que vale para eles é manter essa situação de cabrestamento que eles impõem aos que se sujeitam, por necessidade, a ocupar temporariamente as vagas no serviço público, destacando aqui, a Educação.  E diga-se,  de passagem,  não é  qualquer um que consegue ser contratado mesmo havendo necessidade de mão de obra e muitas escolas com falta de professores.
Cerca de 90 % dos contratados principalmente na Educação,  só conseguem prestar serviço às prefeituras por terem um vínculo de indicação de um vereador, de um secretário, ou mesmo proximidade  com os prefeitos. Os demais, raramente conseguem,   pois os prefeitos nem os vereadores não querem correr o risco de perder um voto sequer. E aí está o cabresto.  E concurso público aterroriza  prefeitos e vereadores, principalmente.   Esses então, se sentem muito incomodados quando se fala em concurso público, e nem cogitam em fazer um reles requerimento solicitando ao prefeito que faça um concurso público. Mesmo porque os vereadores, em suas práticas, neocolonialista, são como que donos das vagas, indicam e  mandam tocar (dispensar) de acordo com seus interesses, numa prática de cotas,  forma como a maioria dos prefeitos costuma fatiar as vagas do serviço público entre os vereadores. Muitos  tem em escolas verdadeiros batalhões de indicados como se aquela escola fosse um verdadeiro curral eleitoral. Deste modo o prefeito fatia as vagas principalmente na Educação onde o vereador Fulano indica 200, o vereador Beltrano indica 150, o vereador Sicrano indica 100 e assim vai se arrebanhando os professores, os serventes, o pessoal de secretaria e outros mais... Nem importa a qualidade do serviço, o que importa para eles é o voto garantido no cabresto da contratação ainda que temporária.  
                Realmente é uma forma abominável de se reger um município, usurpando direitos e tratando o serviço público como verdadeiros feudos, onde   os vereadores detém o comando indicando junto com o prefeito e é muito cômodo manter sob o seu julgo, no cabresto os contratados que dependentes desta contratação para poderem garantir sua sobrevivência.
                                                                                             Professor Francisco Poeta







  O ROMANCE E A NOVELA (Por Orlando Tadeu Ataíde Leite)       Pois bem, vamos lá.       Diferentemente do conto e da crônica o romance e a n...