O MUNICPIPIO DE MARUTUBA
27 ANOS DE EMANCIPAÇÃO
A história da
autonomia política e econômica de Marituba, alcançada no dia 21 de abril de
1994, tem a indignação como motor do sentimento de busca pela sua emancipação.
Esta indignação levou à algumas lideranças a tomar atitudes que uniram o povo,
que se encontrava insatisfeito com a falta de transporte digno, de empregos,
saneamento, escolas e assistência médica, a dizer sim ao desmembramento do
município de Benevides.
Esta insatisfação levou a se
formarem três movimentos de emancipação: o primeiro em 1983 liderado pela
Comissão de Emancipação de Marituba (CEM); o segundo em 1989 liderado por
Nelson Rabelo que culminou em um plesbicito com a vitória do “Não” à
emancipação. O terceiro, liderado por Fernando Corrêa e Eládio Soares obteve
êxito, onde, no dia 21 de abril de 1994, 12.035 (96,1%) pessoas votaram pelo
“Sim” dando início à uma nova página na história do município de Marituba.
Lideranças – À frente do terceiro
movimento de emancipação, que culminou com a autonomia de Marituba, estavam o
ex-prefeito Fernando Corrêa e Eládio Soares. O primeiro também foi eleito como
primeiro prefeito do município. O segundo (falecido em 2008) dá nome a Unidade
de Pronto Atendimento (UPA) de Marituba.
O servidor público Ivan Soares, 65 anos, é filho de
Eládio Soares. Ele acompanhou todo o processo de emancipação ao lado do pai.
Ele comenta que o descontentamento com a situação do município, que fazia parte
de Benevides, motivou o grupo a iniciar o movimento de após duas tentativas
anteriores frustrantes.
Ele conta que seu pai, Eládio
Soares, era corretor de imóvel e fazia parte de um grupo que se demonstrava
insatisfeito com o fato do então distrito ser relegado ao segundo plano e
passaram, então, a discutir uma forma de emancipá-lo. Do grupo faziam parte
políticos, empresários, jornalistas, universitários e lideranças religiosas,
entre outras, que passaram a se reunir na Paróquia do Menino Deus.
A igreja, segundo o servidor,
teve um papel determinante neste processo que contaram com as missas para
esclarecer as pessoas sobre a necessidade de alcançar a autonomia política e
econômica. “ O padre Jairo teve um papel de suma importância pois além de ceder
o espaço para as reuniões da comissão, conscientizou a população através dos
sermões nas missas dominicais”, destaca.
Em 1993 um “outdoor” em frente à
feira de Marituba, conclamando a população a engajarem-se na luta em prol da
emancipação teve grande repercussão dando início a formação da Comissão
Pró-Emancipação de Marituba (COPEM), liderada primeiramente por Fernando Corrêa
e, mais tarde, por Eládio Soares.
Segundo dados coletados pela
(COPEM), em 1993 havia em Marituba 55 mil habitantes, 21 mil eleitores, 96
empresas de médio e grande porte, 4.863 comércios pequenos, 2 mercados
públicos, 9 supermercados, 1 ginásio de esportes, 1 hospital-maternidade de
urgência e emergência, 1 hospital psiquiátrico, 1 hospital dermatológico, 12
templos da Assembleia de Deus , 10 templos da Igreja Católica, 7 postos de
gasolina, 2 estádios de futebol, 4 motéis, 10 panificadoras, 4 churrascarias, 9
farmácias, 35 escolas entre estaduais, municipais, conveniadas e particulares,
4 creches, a sede central da Emater, o Centro de Recurso Humanos (CTRH), e uma
linha de ônibus que ia até o centro de Belém.
Após uma intensa campanha foi
então que no dia 21 de abril de 1994, realizou-se um plebiscito que contou com
12.444 eleitores votantes e onde 12.035 (96,1%) pessoas votaram pelo “Sim” e
257 (2,07%) votaram pelo “Não”. A partir do dia 21 de abril do ano de 1994,
Marituba passou a ser considerado um município autônomo política e
economicamente. Houve todo um trabalho árduo para se chegar até este resultado.
“ Todos se dedicaram muito à causa, meu pai, inclusive foi internado três vezes
com esgotamento físico por causa dessa luta para emancipar”, explica Ivan. Ele
também conta que grupos dos municípios vizinhos formavam uma força política
contrária à emancipação.
Marituba hoje – Ao comemorar os 27 anos
de sua emancipação política e econômica, Marituba apresenta hoje uma população
estimada – segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –
de 133.685 habitantes, um crescimento de um pouco mais de 143% com relação à
população de 1994, quando da emancipação.
Apesar de ter sido criada pela Lei Estadual nº
5.857 de 22 de setembro de 1994 quando foi desmembrada do município
de Benevides, Marituba nasceu em função da Estrada de Ferro de Bragança. Para o
estabelecimento da via férrea foi necessário a construção de uma vila de casas,
para abrigar os operários de manutenção e demais funcionários dessa estrada.
A construção da vila foi
concluída em 1907 dando origem ao povoado de Marituba. Suas terras pertenciam
ao município de Belém, com a criação do município de Ananindeua, em 1943,
passou a pertencer a esse novo município. Já em 1961, passou a pertencer ao
município de Benevides. “ Da emancipação para cá, Marituba cresceu muito,
muitas empresas vieram para Marituba depois da emancipação. Hoje temos mais
opções de transporte, melhor infraestrutura, além de mais escolas e
universidades que formam nossos jovens para que o município tenha um futuro
melhor para sua gente”, conclui o filho de Eládio Soares.
Fonte COMUS - PMM