domingo, 24 de outubro de 2021

         ESCOLA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO - ENSINO MÉDIO REGULAR                                    PROFESSOR    FRANCISCO POETA  - LITERATURA BRASILEIRA                              CONTEÚDO PARA TURMAS DE 3º ANO                               

O Modernismo no Brasil

O modernismo no Brasil foi um movimento artístico, cultural e literário que se caracterizou pela liberdade estética, o nacionalismo e a crítica social.

Inspirado pelas inovações artísticas das vanguardas europeias (cubismo, futurismo, dadaísmo, expressionismo e surrealismo), ele teve como marco inicial a Semana de Arte Moderna, que aconteceu entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro   Municipal de São Paulo.

Naquele período, no Brasil,  o cenário era de insatisfação, pois muitas pessoas consideravam a política, a economia e a cultura estagnadas. Parte disso estava relacionado com o modelo político vigente baseado na política do café com leite.

Com o poder concentrado nas mãos de grandes fazendeiros, paulistas e mineiros se revezavam no poder. Isso ocorreu até 1930, quando um golpe de estado depôs o presidente Washington Luís, pondo fim à República velha. Foi nesse cenário de incertezas que um grupo de artistas, empenhados em propor uma renovação estética na arte, apresentam um novo olhar, mais libertário, contrário ao tradicionalismo e o rigor estético.  Assim, surge a Semana de Arte Moderna, liderada pelo chamado “Grupo dos cinco”: Anita Malfatti, Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral.

Esse evento, que reuniu diversas apresentações e exposições, colaborou com o surgimento de revistas, manifestos, movimentos artísticos e grupos com experimentações estéticas inovadoras. Tudo isso permitiu consolidar as ideias modernistas e inaugurar o movimento no país.

Contexto histórico do modernismo no Brasil

O modernismo no Brasil surge logo após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que levou a morte de milhares de pessoas, a destruição de diversas cidades e a instabilidade política e social. Assim, numa tentativa de reestruturar o país politicamente, e também o campo das artes - estimulado pelas vanguardas europeias -, encontra-se a motivação para romper com o tradicionalismo.

No país, o movimento modernista surgiu na segunda fase da República velha (1889-1930), chamada de República das Oligarquias ou República do café com leite. Nesse contexto, o poder era revezado entre paulistas e mineiros e dominado por aristocratas fazendeiros. Em decorrência disso e do aumento da inflação que fazia aumentar a crise e propulsionava greves e protestos, o momento era de insatisfação. Ao mesmo tempo, o movimento tenentista ganhava força e tentava derrubar o esquema das oligarquias, cujo poder estava concentrado nas mãos das elites agrárias tradicionais.

Algumas revoltas que aconteceram nesse momento pelos tenentistas foram: a revolta do forte de Copacabana, em julho de 1922, no Rio de Janeiro; a revolta paulista de 1924, que ocorreu na cidade de São Paulo; e a Coluna Prestes (1925-1927). Todas elas reivindicavam o fim da República Velha e do sistema oligárquico.  A crise econômica gerada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929, acelerou esse processo e essa mudança foi alcançada com a Revolução de 30. Assim, um golpe de estado depôs o presidente Washington Luís e marcou o fim da República velha. Começa, então, a Era Vargas que durou até 1945, ano que termina da Segunda Guerra Mundial.                                    

                                                     Fases do modernismo no Brasil

O modernismo no Brasil foi um longo período (1922-1960) que reuniu diversas características e obras, por isso, esteve  dividido em três fases, também chamadas de gerações:

·       Primeira fase modernista (1922-1930) - a fase heroica ou de destruição

·       Segunda fase modernista (1930-1945) - a fase de consolidação ou geração de 30

·       Terceira fase modernista (1945-1960) - a geração de 45

 

Primeira fase modernista no Brasil (1922-1930)

A primeira fase do modernismo esteve voltada para a busca de uma identidade nacional. Nesse momento, diversos artistas aproveitaram a agitação causada pela semana de arte moderna para romper com os modelos preconcebidos que, segundo eles, eram limitados e impediam a criatividade.  Inspirado nas ideias das vanguardas artísticas europeias, os artistas buscam uma renovação estética. Por esse motivo, ela é conhecida como a "fase heroica", sendo a mais radical de todas. É também chamada de "fase de destruição", pois propunha a destruição dos modelos que vigoravam no cenário artístico-cultural do país.

A consolidação de uma arte genuinamente brasileira possibilitou a valorização da cultura e do folclore. Junto a isso, os artistas estabelecem a liberdade formal, rompendo com a sintaxe e utilizando uma linguagem mais coloquial para se aproximar da fala cotidiana. Muitas revistas e manifestos foram criados, o que fez surgir alguns movimentos, dos quais se destacam: o movimento pau-brasil, o movimento antropofágico, o movimento regionalista e o movimento verde-amarelo.

As vanguardas europeias

Chamamos de Vanguardas Europeias o conjunto de tendências artísticas – em sua maioria provenientes de Paris, então, centro cultural da Europa – que provocou ruptura com a tradição cultural do século XIX. As correntes de vanguarda surgiram antes, durante e depois da Primeira Guerra Mundial, introduzindo uma estética marcada pela experimentação e pela subjetividade que influenciaria fortemente diversas manifestações artísticas em todo o mundo. As vanguardas apresentaram ao mundo uma nova maneira de fazer Arte, pautada na liberdade de criação e no rompimento com o passado cultural tradicionalista.

Cubismo:  Les demoiselles d\'Avignon, de Pablo Picasso, deu início ao Cubismo, uma das tendências artísticas das Vanguardas Europeias, no início do século XX. O Cubismo deixou suas marcas ao imprimir novas técnicas narrativas que fragmentavam a realidade e permitiam uma desconstrução da visão clássica sobre o tempo e o espaço. Na Literatura Brasileira, sua influência pode ser percebida através da leitura do livro Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.

Futurismo:  Difundido principalmente através de manifestos, o Futurismo foi o movimento mais radical e subversivo entre as tendências vanguardistas. No Brasil, características do Futurismo podem ser percebidas na obra literária de Mário de Andrade.

Expressionismo: Tendência artística que valorizava a subjetividade, o Expressionismo surgiu no começo do século XX, representado por pintores alemães e franceses. Opondo-se à estética impressionista, os expressionistas preconizavam a arte como elemento legítimo para expressão dos sentimentos do artista.

Dadaísmo: Criado na Suíça durante a Primeira Guerra Mundial, o Dadaísmo surgiu como resposta ao clima de instabilidade provocado pelo conflito bélico. Sua principal característica era uma linguagem permeada pelo deboche e pelos ilogismos dos textos, além da aversão a qualquer conceito racionalizado sobre a arte.

Surrealismo: Surgido na França em 1924, o Surrealismo defendeu a criação através das experiências nascidas no imaginário e da atmosfera onírica. Na Literatura Brasileira, influenciou escritores como Oswald e Mário de Andrade e, posteriormente, Murilo Mendes e Jorge de Lima.

Características da primeira fase do modernismo no Brasil

·       Foi fase mais radical e nacionalista;

·       Buscava  uma identidade nacional;

·       Defendia a liberdade formal com rupturas da sintaxe;

·       Enfatizava a presença de regionalismos e linguagem informal;

·       Enfatizava a valorização do folclore, arte e cultura popular brasileira;

·       Defendia  o uso de versos livres, que não possuem métrica (medida);

·       Defendia uso de versos brancos, com ausência de rimas;

·       Defendia a livre utilização do sarcasmo e da ironia nos textos literários.

                           Autores e obras da primeira fase modernista no Brasil                                               Os escritores e as obras mais relevantes da primeira geração modernista, foram:

· Mario de Andrade (1893-1945) - Obras: Paulicéia Desvairada (1922), Amar, Verbo Intransitivo (1927) e Macunaíma (1928).

·  Oswald de Andrade (1890-1954) - Obras: Os condenados (1922), Memórias Sentimentais de João Miramar (1924) e Pau Brasil (1925).

·      Manuel Bandeira (1886-1968) - Obras: A cinza das horas (1917), Carnaval (1919) e Libertinagem (1930)

Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público

com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.

Estou farto do lirismo

que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

 1. Dentre as tendências da vanguarda europeia que influenciaram o modernismo brasileiro destacaram-se:

a) Futurismo, Expressionismo, Cubismo, dadaísmo e Surrealismo

b) Romantismo, Mimetismo, Realismo, impressionismo e, Dadaísmo

c) Futurismo, Anarquismo, Dadaísmo e Impressionismo

d) Dadaísmo,  Impressionismo, Anarquismo e Futurismo 

2ª -QUESTÃO

PRONOMINAIS

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco

Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

(Pronominais, Oswald de Andrade)

Oswald de Andrade foi um dos principais autores da primeira fase do modernismo no Brasil. Na poesia acima, o escritor propõe:

a) a busca de uma identidade universal.
b) a valorização da linguagem coloquial brasileira.
c) uma crítica aos maus hábitos, como o tabagismo.
d) enfatizar a relação entre professor e aluno.
e) o repensar uso do português do Brasil.

3.  Associe as colunas de acordo com as informações sobre os movimentos de vanguarda europeia:

( 1 ) DADAISMO       

( 2 ) EXPRESSIONI

( 3 ) CUBISMO            

( 4 ) FUTURISMO

 

(    ) Propunham rompimento e abandono do passado  

(    ) Não refletia nenhum significado lógico

(    ) Pregava oposição as regras  do mundo oficial  

(    ) Representação do mundo de forma reorganizada

 a) 4, 3, 2, 1    

b) 4, 1, 2, 3    

c) 3, 2, 4, 1     

d) 2,1,4,3


— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

4. A primeira geração modernista ficou conhecida como “fase heroica” por tentar criar uma identidade mais brasileira se afastando dos moldes europeus. Assim, houve diversos grupos, revistas e manifestos que foram criados nesse momento, exceto:

a) Movimento Verde-Amarelo
b) Revista Klaxon
c) Movimento Pau-Brasil
d) Movimento Antropofágica

5. A Semana de arte moderna, ocorrida em 1922, inaugurou o movimento modernista no Brasil. A primeira fase do modernismo literário brasileiro, que durou de 1922 a 1930, teve como principal característica:

a) uso de poemas de forma fixa, como o soneto.
b) linguagem rebuscada e acadêmica.
c) valorização das raízes culturais brasileiras.
d) pessimismo e oposição ao romantismo.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021



                  PROFESSOR, ONTEM, HOJE  E AMANHÃ

Jesus é Chamado de Mestre também pela sua postura de Educador junto aos apóstolos junto aos discípulos e junto a todos deram crédito as suas palavras. Santa Tereza D’Ávila  é considerada a Padroeira dos professores em virtude de sua dedicação a nobre tarefa de ensinar. Em um Mundo que vive uma relação controversa com os que têm esta árdua missão de formar pessoas no mais amplo sentido da palavra. E ensinar não é uma tarefa simples e fácil, de modo algum, pois se assim o fosse não teria sido criada a escola. Contudo lecionar, em que pese seja um trabalho severamente desgastante não deixa de ser uma das tarefas mais prazerosas que existem e isso pode até parecer contradição.

Houve um tempo em que a figura da Professora ou do Professor tinha uma importância singular e os pais passavam para os seus filhos a ideia de respeito e reverência aos professores. Os pais ou as mães frequentavam as reuniões de pais e mestres e tinham contato com os professores numa demonstração de respeito e acolhimento ao imensurável serviço prestado pelos educadores em favor das famílias. É uma pena que isso foi ficando para trás e a figura da Professora e do Professor foi perdendo a singularidade que lhes atribuía um papel de grande destaque na sociedade.

E ressalte-se que, embora tenham inegáveis merecimentos, nunca os professores e professoras receberam salários a altura de tão importante tarefa que desempenham, considerando o grau de importância dessa  que é a mais nobre das profissões, e por isso,  os salários dos professores deveriam ser os maiores e não os menores como é a triste realidade salarial de nossos Professores em comparação com outros profissionais. 

E assim, a mais nobre das profissões, que é ser Professor, hoje, parece ser uma profissão comum aos olhos da sociedade como um todo, principalmente o poder público que não dá a merecida importância ao trabalho do Professor, mesmo que constantemente se repitam velhas máximas de que não existiria o Médico, o Enfermeiro, o Cientista, o Astronauta, o Aviador, o Engenheiro, o Advogado, o engenheiro, o bombeiro, o policial, o guarda de trânsito  e tantos outros profissionais se não houvesse a figura do Professor.

A sociedade, ainda que tardiamente, precisa  voltar a valorizar verdadeiramente, como antes, essas pessoas que tem em suas mãos o dever de formar pessoas para que a sociedade continue sendo beneficiada com os frutos advindos dos ensinamentos científicos ministrados nas salas de aula. E os governantes precisam reconhecer de fato e sem meias verdades que Professor precisa de salário digno e justo, condições dignas de trabalho, para que tenha boa alimentação, boas vestimentas, tratamento de saúde digno, isso sim será valorização do Magistério. Enquanto isso não acontece, os Professores e Professores vão fazendo a sua parte em prol dessa sociedade ainda cega, surda e muda, em relação aos clamores dessa classe de trabalhadores em busca de  justa e merecida valorização.

                                                    Francisco Poeta   -  Marituba 15/10/2021 

segunda-feira, 27 de setembro de 2021




                    MARITUBA ASSIM SE FEZ    

Marituba tua história, bem contada ao natural,

Vilazinha de operários, tu nasceste como tal;

Teu legado na História do Pará e sem igual.

De umari brotou teu nome, fruto de árvore frondosa,

Fruto exótico amarelo  de carne bem oleosa.

 

Quando veio a estação, brotou Maria  fumaça,

Deixou além da estação lembrança que nunca passa;

Tinha o trem de passear e o trem de carga também;

E tinha o trem pagador que muitos se lembram  bem;

Tudo isso foi extinto só caixa dágua ficou

E as casinhas lá da praça que o tempo modificou.

 

E Nossa Vila Operária que bem ligeiro se ergueu,

Perdeu a estreada de ferro com a qual ela nasceu;

Viu-se ir o trem faceiro, partindo, assim tão ligeiro,

Levando muitas famílias fundadoras do lugar,

Para em outras ferrovias noutras terras trabalhar.

 

E a gente cristã que veio para habitar por aqui

Ergueu aquela Igrejinha  Católica bem ali...

Foi no terceiro natal com as  bênção vindas dos céus

Escolhido o Padroeiro, foi  pois o menino Deus.

 

Marituba tu que tinhas belas matas sem iguais,

Teus lindos igarapés, hoje não existem mais

Distrito de Benevides  te fizeste evoluir,

E Ananindeua queria a tutela sobre ti,

Para seres Município teu povo escolheu o sim.

 

Mas com o passar do tempo, Marituba assim cresceu,

Só restando na memória o encanto que era seu,

Que nunca negue a história, por obra de boa fé

Na memória dos vinham pro  banho de igarapé,

Na tão formosa prainha que hoje nada mais é.

 

Nem por isso Marituba deixa de ter seus encantos,

Mas que fique na memória, na história bem guardada,

Teu começo Marituba, foi nos trilhos de uma estrada,

Hoje trilhas no progresso como cidade afamada,

Porque da estrada de ferro não resta em ti quase nada

                        Francisco Poeta, março de 1998.                                                     
                                          

terça-feira, 7 de setembro de 2021

                                                           

                                    ESCOLS EM . R. C. NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO                                    Professora: Ana Cavalcante / Professor:  Francisco Poeta

INTRODUÇÃO À LITERATURA

O QUE É LITERATURA?                                                                                                                                    "A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social.

O artista literário cria ou recria um mundo de verdades que não são mensuráveis pelos mesmos padrões das verdades fatuais.[...]

A Literatura é, assim, a vida, parte da vida, não se admitindo possa haver conflito entre uma e outra.

Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana."

(Afrânio Coutinho)

ALGUNS CONCEITOS SOBRE LITERATURA                                                                                      * - "Arte literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra." (Aristóteles, filósofo grego, séc. IV a.C)

* - "A literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do homem." (Louis de Bonald, pensador e crítico do Romantismo francês, início do séc. XIX)"

* - "A poesia existe nos fatos." (Oswald de Andrade, poeta brasileiro, séc. XX)

* -  “Literatura é feitiçaria que se faz com o sangue do coração humano.” (Guimarães Rosa, escritor brasileiro, séc. XX)

LITERATURA E SEUS ELEMENTOS ESTRUTURAIS                                                                TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO                                                                                                         LITERATURA E SEUS ELEMENTOS ESTRUTURAIS

TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO

Chamamos de texto literário aquele que apresenta preocupação com a Arte da literatura, em verso ou em prosa, constituído da recriação da realidade pela visão do autor, através da palavra estilizada, ou seja, o texto literário visa o belo, a fruição (prazer) e é comprometido com a criatividade. São exemplos em verso, os poemas e em prosa, o conto, a novela e o romance.

Já o texto não literário é aquele que se preocupa apenas com a comunicação funcional, servindo para diversos fins. É o caso do texto de jornal, livro didático, da bula de remédios.

Exemplo 1

Sentimento urgente

“Saudade é um pouco como fome.

Só passa quando se come a presença.

Mas às vezes a saudade é tão

profunda que a presença é pouco

Quer-se absorver a outra pessoa  toda.

Essa vontade de um ser o outro

para uma unificação inteira

É um dos sentimentos mais

urgentes que se tem na vida.”

— Clarice Lispector —

Exemplo 2

“Realizada desde 2014 por um grupo de autores, livreiros e editores do estado,  a FliPA reúne obras de mais de 100 autores paraenses. Além de homenagear escritores consagrados, o evento abre espaço para as publicações de romancistas de primeira viagem e a divulgação de novos talentos.”

(Trecho do jornal O Liberal, 2016) 

LINGUAGEM DENOTATIVA E LINGUAGEM CONOTATIVA

“Chega mais perto e contempla as palavras. Cada tem mil faces secretas sob a face neutra.”

                                                             (Carlos Drummond de Andrade).

Nos textos literários nem sempre a linguagem apresenta um único sentido, aquele apresentado pelo dicionário. Empregadas em alguns contextos, elas ganham novos sentidos, figurados, carregados de valores afetivos ou sociais.  Quando a palavra é utilizada com seu sentido comum (o que aparece no dicionário) dizemos que foi empregada denotativamente.  Quando é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum, dizemos que foi empregada conotativamente,  este recurso é muito explorado na Literatura.

A linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em letras de música, anúncios publicitários, conversas do dia a dia, etc.

 

Exemplo de linguagem denotativa:

Saudade - sau·da·de sf 1. Sentimento nostálgico e melancólico associado à recordação de pessoa ou coisa ausente, distante ou extinta, ou à ausência de coisas, prazeres e emoções experimentadas e já passadas, consideradas bens positivos e desejáveis;...

michaelis.uol.com.br

Exemplo de linguagem conotativa:

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.

E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

A ausência é um estar em mim.

E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,

que rio e danço e invento exclamações alegres,

porque a ausência assimilada,

ninguém a rouba mais de mim.

(Carlos Drummond de Andrade) 

CONCEITO DE ESTILO LITERÁRIO

Estilo individual: É a maneira própria de cada autor se expressar.

Estilo de época, escola literária ou movimento literário: é o conflito de trações comuns que caracterizam as manifestações literárias de uma época.

PROSA E POEMA

Na prosa, as linhas ocupam toda a extensão horizontal da página. Os textos apresentam-se em frases, orações, períodos formando blocos chamados parágrafos.

O poema é uma expressão em versos. Refere-se à forma. Nele, as linhas, em geral, não ocupam toda a extensão horizontal.

Verso correspondente a uma linha do poema organizados em estrofes.

Estrofe ou estância é uma agrupamento de versos. As estrofes classificam-se em: 

Estilo individual: É a maneira própria de cada autor se expressar.

Estilo de época, escola literária ou movimento literário: é o conflito de trações comuns que caracterizam as manifestações literárias de uma época.

PROSA E POEMA

Na prosa, as linhas ocupam toda a extensão horizontal da página. Os textos apresentam-se em frases, orações, períodos formando blocos chamados parágrafos.

O poema é uma expressão em versos. Refere-se à forma. Nele, as linhas, em geral, não ocupam toda a extensão horizontal.

Verso correspondente a uma linha do poema organizados em estrofes.

Estrofe ou estância é uma agrupamento de versos. As estrofes classificam-se em:

 

1. Monóstico – só um único verso.        

2. Dístico – dois versos.        

3. Terceto – três versos.

4. Quadra ou quarteto– quatro versos.   

5. Quintilha – cinco versos.  

6. Sextilha ou sexteto – seis versos.

7. Sétima ou septilha – sete versos.    

8. Oitava – oito versos.    

9. Nona – nove versos.

10. Décima – dez versos.   

11.Irregular – mais de dez versos.

PROSA E POEMA

Na prosa, as linhas ocupam toda a extensão horizontal da página. Os textos apresentam-se em frases, orações, períodos formando blocos chamados parágrafos.

 

O poema é uma expressão em versos. Refere-se à forma. Nele, as linhas, em geral, não ocupam toda a extensão horizontal.

 

Verso correspondente a uma  linha do poema organizados em estrofes.

 

Estrofe ou estância é um  agrupamento de versos. As estrofes classificam-se em:

Monóstico – só um único verso.

Dístico – dois versos.

Terceto – três versos.

Quadra ou quarteto– quatro versos.

Quintilha – cinco versos.

Sextilha ou sexteto – seis versos.

Sétima ou septilha – sete versos.

Oitava – oito versos.

Nona – nove versos.

Décima – dez versos.

Irregular – mais de dez versos.

A melodia que caracteriza o verso é resultado de alguns recursos presentes na poesia de todos os tempos. Os mais importantes são a métrica, o ritmo, a rima e outros recursos sonoros. 


- MÉTRICA OU SÍLABA POÉTICA

Métrica é a medida de um verso, isto é, o número de sílabas poéticas (ou métricas) apresentadas pelo verso. A sílaba poética nem sempre corresponde a uma sílaba gramatical. Na divisão (ou contagem) das sílabas poéticas de um verso, considera-se as emissões de voz do verso como um todo. Além disso, conta-se apenas até a última sílaba tônica do verso. Essa contagem é chamada de escansão.

Observe a escansão destes versos do poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias.

Mi/nha/ ter/ra/ tem/ pal/mei/ras,/

(8 sílabas gramaticais )

Mi/nha/ te/rra/ tem/ pal/mei/ras,

(7 sílabas poéticas)

On/de/ can/ta/ o/ Sa/bi/á;/

(8 sílabas gramaticais)

On/de/ can/ta o/ Sa/bi/á;/

(7 sílabas poéticas)

As/ a/ves/ que/ a/qui/ gor/jei/am,/

(9 sílabas gramaticais)

A/s a/ves/ que a/qui/ gor/jei/am,

(7 sílabas poéticas)

Não/ gor/jei/am/ co/mo/ lá./

(7 sílabas gramaticais )

Não/ gor/jei/am/ co/mo/ lá./

(7 sílabas poéticas )

No último verso, há correspondência entre sílaba gramatical e sílaba poética. Os versos do poema de Gonçalves Dias são heptassílabos ou versos de redondilha maior (sete sílabas poéticas). 

No último verso, há correspondência entre sílaba gramatical e sílaba poética. Os versos do poema de Gonçalves Dias são heptassílabos ou versos de redondilha maior (sete sílabas poéticas).

Classificação do verso quanto ao número de sílabas:

a) Isométricos: são os versos de uma só medida. São classificados como:

- monossílabos,

- dissílabos,

- trissílabos,

- pentassílabos (ou redondilha menor),

- hexassílabos (heroico quebrado),

- heptassílabos (redondilha maior),

- octossílabos,

- eneassílabos,

- decassílabos (medida nova),

- hendecassílabos,

- dodecassílabos (ou alexandrinos).

 

b) Heterométricos: são os versos de diferentes medidas, usados em um mesmo poema.

 

c) Versos livres: são aqueles que não obedecem a nenhum esquema.

 

- RITMO

Um poema também tem ritmo, que lhe é dado pela alternância das silabas que apresentam maior e menor intensidade quando pronunciadas. Por exemplo:

Cavaleiro │das armas escuras

Onde vais│pelas trevas impuras.

(Álvares de Azevedo)

 

- RIMA

Repetição de sons semelhantes, criando um parentesco fônico entre palavras presentes em dois ou mais versos. Classificação quanto a rima de combinações:

Emparelhada – ocorrem de duas em duas (AABB) Alternadas – ocorrem de forma alternada (ABAB) Interpoladas – ocorrem de forma opostas (ABBA) Mistas – tudo embaralhado (ABACDCD)

Exemplo de rima ABBA

De repente do riso fez-se o pranto - A

Silencioso e branco como a bruma - B

E das bocas unidas fez-se a espuma - B

E das mãos espalmadas fez-se o espanto – A

 

- OUTROS RECURSOS SONOROS

Aliteração

É a repetição constante de um mesmo fonema consonantal. Observe como o compositor Chico Buarque alitera os fonemas /t/, /r/, /p/ neste trecho da canção A Rita:

Levou seu retrato,

Seu trapo, seu prato,

Que papel!

Assonância

É a repetição constante de um mesmo fonema vocálico. Observe a assonância do fonema vocálico /a/ nestes versos de Cruz e Sousa:

Ó formas alvas, brancas, Formas claras

 

Soneto de fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento

 Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

 

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

 

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

 

Eu possa me dizer do amor (que tive):

 Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes


  O ROMANCE E A NOVELA (Por Orlando Tadeu Ataíde Leite)       Pois bem, vamos lá.       Diferentemente do conto e da crônica o romance e a n...