quinta-feira, 23 de junho de 2022

 

                                              Foto: Juramento de posse                                                                                                                   da Academia de Letras Maritubense. ALMARI                                                                                               A esquerda da Prefeita Patrícia Mendes o Professor Francisco Poeta presidente                                             da Academia e a  Direita o Acadêmico Dr. Lázaro Falcão  e o Secretário de                                                    Cultura Igor Castro


  •   CONHECENDO A LITERATURA PARAENSE


Traços biográficos

           Maria Lúcia Fernandes de Medeiros, Maria Lúcia ou simplesmente Lucinha, nasceu em Bragança, em 15 de fevereiro de 1942. Apaixonada por sua terra natal, morou em Bragança até os 12 anos, quando se mudou com parte da família para Belém, onde graduou-se em Licenciatura Plena em Letras, pela Universidade Federal do Pará, aonde atuou como pesquisadora e docente. Sempre que podia, visitava seus conterrâneos e distribuía carinho e conversas à tarde com seus amigos                                  Foi a primeira professora de Redação e de Literatura Infanto-juvenil, disciplina que ajudou a inserir no desenho curricular do Curso de Letras da Universidade Federal do Pará, à época. Era também uma grande colaboradora da Universidade da Amazônia (UNAMA) em Belém, envolvida em projetos e palestras, chegando a publicar textos de sua autoria na revista da UNAMA intitulada Asas da Palavra, desde 1995.                                                                                                                                                               Sobre Bragança, Maria Lúcia deixa uma pista em seu depoimento no documentário intitulado A Escritura Veloz, de Mariano Klautau Filho (produção independente, em VHS, de 1994): “Eu nasci em Bragança, uma cidade simples do interior, com um trem de ferro e um rio na frente. Tive, portanto, uma infância bem brasileira: quintal, primos, frutas, tios, igreja, cinema Olympia. Em Belém já cheguei quase adolescente e meus fantasmas viviam sob as mangueiras, nas ruas largas, na arquitetura imponente de uma cidade de 250 mil habitantes que era Belém dos anos 50.                                                     Quando descobri os livros, descobri um outro jeito de viver. Personagens, situações, lugares ajudavam meu aprendizado do mundo. Ler para mim sempre foi uma salvação. Agora, escrever, acho que sempre escrevi. Lembro que muito menina eu me recolhia e escrevia, escrevia para mim”                          Sobre Bragança, Maria Lúcia deixa uma pista em seu depoimento no documentário intitulado A Escritura Veloz, de Mariano Klautau Filho (produção independente, em VHS, de 1994):                                   “Eu nasci em Bragança, uma cidade simples do interior, com um trem de ferro e um rio na frente. Tive, portanto, uma infância bem brasileira: quintal, primos, frutas, tios, igreja, cinema Olympia. Em Belém já cheguei quase adolescente e meus fantasmas viviam sob as mangueiras, nas ruas largas, na arquitetura imponente de uma cidade de 250 mil habitantes que era Belém dos anos 50   Quando descobri os livros, descobri um outro jeito de viver. Personagens, situações, lugares ajudavam meu aprendizado do mundo. Ler para mim sempre foi uma salvação. Agora, escrever, acho que sempre escrevi. Lembro que muito menina eu me recolhia e escrevia, escrevia para mim”.                                              A escritora, a pesquisadora, a professora e a bragantina. 
        Com sua seriedade foi uma escritora de excelente produção literária, além da função de professora e poeta. Reconhecida como uma das maiores contistas paraenses. Tornou-se um dos mais importantes ícones literários do Pará. Seus livros falam de sentimentos, entre eles a angústia e a solidão, com destaque para o viés emocional e da personalidade da escritora bragantina e são ambientados numa época chamada por ela de “modernidade”. Um exemplo disso é o livro Horizonte Silencioso, em que se destaca uma linguagem de enorme nostalgia, quando Maria Lúcia abordava a mudança do tempo, aspectos de sua infância e adolescência.                                                                                                                Seus textos eram fortes e quase autobiográficos. Sua escrita marcante era facilmente descoberta por seus leitores e admiradores da sua obra. Entre seus livros mais lidos estão os contos em Velas por quem? e Zeus ou a Menina e os Óculos.


Imagem 2: Capa de Zeus ou a Menina e os Óculos, livro de Maria Lúcia Medeiros, com arte de Valdir Sarubi.               Acervo pessoal

.Em sua atuação como professora, ajudou a realizar o processo de registro e de tombamento em nível de Estado da Residência da família Medeiros, situada em Bragança, local onde ela costumava se hospedar  nas suas visitas à terra natal.

Alguns de seus livros já foram listados entre as leituras obrigatórias de processos seletivos da UFPA, assim como em salas de aulas do Ensino Médio por todo o Estado. Lucinha também ajudou a fundar a Casa da Linguagem, sendo uma de suas consultoras.

Foi homenageada na Feira Pan-Amazônica do Livro no ano de 2004, com um sarau intitulado “O elemento fabuloso da narrativa de Maria Lúcia Medeiros”. No mesmo evento, o curta-metragem Chuvas e Trovoadas, filme baseado na obra homônima de Lucinha foi apresentado, sob a direção de Flávia Alfinito. No filme ambientando em Belém, quatro moças são estudantes de corte e costura em algumas tardes do período da Belle-Époque amazônica.

A película de Flávia Alfinito, produzida de forma independente, conta com a narração do ator José Mayer e a participação das atrizes Patrícia França, Suzana Faine, Andréia Rezende, Andreia Paiva e Francis, recebendo o prêmio de Melhor Fotografia no Festival de Gramado, principal premiação do cinema brasileiro, em 1995.

O último texto escrito por Maria Lúcia Medeiros, na Ilha de Mosqueiro, em abril de 2005, tinha como título Don Quixote veio de trem, momento em que ela já estava bastante doente e com boa parte de seus movimentos comprometidos (clique aqui para ler o texto).

Em suas passagens por Bragança, sempre visitava amigos e conversava com seus contemporâneos, além de participar de eventos. Entre esses eventos, participou da VII Feira de Ciências da EEEFM Bolívar Bordallo da Silva, acompanhada da Prof.ª Mariana Bordallo, mantendo contato com professores e alunos daquele estabelecimento de ensino, em especial, no Projeto Revivendo Bragança.







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