CONHECENDO A LITERATURA PARAENSE
Bento de Figueiredo TENREIRO ARANHA Em virtude de dificuldades financeiras, não lhe foi possível seguir para Coimbra a fim de completar seus estudos. Foi diretor de Oeiras, vila de índios, onde era muito respeitado, abandonando este cargo por ter sido nomeado escrivão da Alfândega do Pará. Por injustiças políticas, afastou-se de suas funções, voltando à sua vida no campo. Admitido para a Mesa Grande do Pará, foi confirmada sua vitaliciedade pelo Príncipe Regente D. João. Faleceu a 11 de novembro de 1811. Bento de Figueiredo Teneiro Aranha(1769-1811). Obras Literárias, publicadas por seu filho em 1850.
SONETO
Se acaso aqui topares, caminhante, Meu frio corpo já cadáver feito, Leva piedoso, com sentido aspeito, Esta nova ao esposo aflito, errante...
Diz-lhe como de ferro penetrante Me viste, por fiel, cravado o peito, Lacerado, insepulto e já sujeito O tronco feio ao corvo altivolante;
Que dum monstro inumano, lhe declara, A mão cruel me trata desta sorte; Porém que alívio busque à dor amara,
Lembrando-se que teve uma consorte Que, por honra da fé que lhe jurara, À mancha conjugal prefere a morte.
Extraído de SONETOS BRASILEIROS Século XVII – XX. Colletanea organisada por Laudelino Freire. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Cie., 1913.
(A' Maria Barbara, assassinada, porque preferiu a morte Se acaso aqui topares, caminhante, Diz-lhe como de ferro penetrante Que dum monstro inumano, lhe declara, Lembrando-se que teve uma consorte,
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