terça-feira, 7 de setembro de 2021

                                                           

                                    ESCOLS EM . R. C. NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO                                    Professora: Ana Cavalcante / Professor:  Francisco Poeta

INTRODUÇÃO À LITERATURA

O QUE É LITERATURA?                                                                                                                                    "A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social.

O artista literário cria ou recria um mundo de verdades que não são mensuráveis pelos mesmos padrões das verdades fatuais.[...]

A Literatura é, assim, a vida, parte da vida, não se admitindo possa haver conflito entre uma e outra.

Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana."

(Afrânio Coutinho)

ALGUNS CONCEITOS SOBRE LITERATURA                                                                                      * - "Arte literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra." (Aristóteles, filósofo grego, séc. IV a.C)

* - "A literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do homem." (Louis de Bonald, pensador e crítico do Romantismo francês, início do séc. XIX)"

* - "A poesia existe nos fatos." (Oswald de Andrade, poeta brasileiro, séc. XX)

* -  “Literatura é feitiçaria que se faz com o sangue do coração humano.” (Guimarães Rosa, escritor brasileiro, séc. XX)

LITERATURA E SEUS ELEMENTOS ESTRUTURAIS                                                                TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO                                                                                                         LITERATURA E SEUS ELEMENTOS ESTRUTURAIS

TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO

Chamamos de texto literário aquele que apresenta preocupação com a Arte da literatura, em verso ou em prosa, constituído da recriação da realidade pela visão do autor, através da palavra estilizada, ou seja, o texto literário visa o belo, a fruição (prazer) e é comprometido com a criatividade. São exemplos em verso, os poemas e em prosa, o conto, a novela e o romance.

Já o texto não literário é aquele que se preocupa apenas com a comunicação funcional, servindo para diversos fins. É o caso do texto de jornal, livro didático, da bula de remédios.

Exemplo 1

Sentimento urgente

“Saudade é um pouco como fome.

Só passa quando se come a presença.

Mas às vezes a saudade é tão

profunda que a presença é pouco

Quer-se absorver a outra pessoa  toda.

Essa vontade de um ser o outro

para uma unificação inteira

É um dos sentimentos mais

urgentes que se tem na vida.”

— Clarice Lispector —

Exemplo 2

“Realizada desde 2014 por um grupo de autores, livreiros e editores do estado,  a FliPA reúne obras de mais de 100 autores paraenses. Além de homenagear escritores consagrados, o evento abre espaço para as publicações de romancistas de primeira viagem e a divulgação de novos talentos.”

(Trecho do jornal O Liberal, 2016) 

LINGUAGEM DENOTATIVA E LINGUAGEM CONOTATIVA

“Chega mais perto e contempla as palavras. Cada tem mil faces secretas sob a face neutra.”

                                                             (Carlos Drummond de Andrade).

Nos textos literários nem sempre a linguagem apresenta um único sentido, aquele apresentado pelo dicionário. Empregadas em alguns contextos, elas ganham novos sentidos, figurados, carregados de valores afetivos ou sociais.  Quando a palavra é utilizada com seu sentido comum (o que aparece no dicionário) dizemos que foi empregada denotativamente.  Quando é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum, dizemos que foi empregada conotativamente,  este recurso é muito explorado na Literatura.

A linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em letras de música, anúncios publicitários, conversas do dia a dia, etc.

 

Exemplo de linguagem denotativa:

Saudade - sau·da·de sf 1. Sentimento nostálgico e melancólico associado à recordação de pessoa ou coisa ausente, distante ou extinta, ou à ausência de coisas, prazeres e emoções experimentadas e já passadas, consideradas bens positivos e desejáveis;...

michaelis.uol.com.br

Exemplo de linguagem conotativa:

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.

E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

A ausência é um estar em mim.

E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,

que rio e danço e invento exclamações alegres,

porque a ausência assimilada,

ninguém a rouba mais de mim.

(Carlos Drummond de Andrade) 

CONCEITO DE ESTILO LITERÁRIO

Estilo individual: É a maneira própria de cada autor se expressar.

Estilo de época, escola literária ou movimento literário: é o conflito de trações comuns que caracterizam as manifestações literárias de uma época.

PROSA E POEMA

Na prosa, as linhas ocupam toda a extensão horizontal da página. Os textos apresentam-se em frases, orações, períodos formando blocos chamados parágrafos.

O poema é uma expressão em versos. Refere-se à forma. Nele, as linhas, em geral, não ocupam toda a extensão horizontal.

Verso correspondente a uma linha do poema organizados em estrofes.

Estrofe ou estância é uma agrupamento de versos. As estrofes classificam-se em: 

Estilo individual: É a maneira própria de cada autor se expressar.

Estilo de época, escola literária ou movimento literário: é o conflito de trações comuns que caracterizam as manifestações literárias de uma época.

PROSA E POEMA

Na prosa, as linhas ocupam toda a extensão horizontal da página. Os textos apresentam-se em frases, orações, períodos formando blocos chamados parágrafos.

O poema é uma expressão em versos. Refere-se à forma. Nele, as linhas, em geral, não ocupam toda a extensão horizontal.

Verso correspondente a uma linha do poema organizados em estrofes.

Estrofe ou estância é uma agrupamento de versos. As estrofes classificam-se em:

 

1. Monóstico – só um único verso.        

2. Dístico – dois versos.        

3. Terceto – três versos.

4. Quadra ou quarteto– quatro versos.   

5. Quintilha – cinco versos.  

6. Sextilha ou sexteto – seis versos.

7. Sétima ou septilha – sete versos.    

8. Oitava – oito versos.    

9. Nona – nove versos.

10. Décima – dez versos.   

11.Irregular – mais de dez versos.

PROSA E POEMA

Na prosa, as linhas ocupam toda a extensão horizontal da página. Os textos apresentam-se em frases, orações, períodos formando blocos chamados parágrafos.

 

O poema é uma expressão em versos. Refere-se à forma. Nele, as linhas, em geral, não ocupam toda a extensão horizontal.

 

Verso correspondente a uma  linha do poema organizados em estrofes.

 

Estrofe ou estância é um  agrupamento de versos. As estrofes classificam-se em:

Monóstico – só um único verso.

Dístico – dois versos.

Terceto – três versos.

Quadra ou quarteto– quatro versos.

Quintilha – cinco versos.

Sextilha ou sexteto – seis versos.

Sétima ou septilha – sete versos.

Oitava – oito versos.

Nona – nove versos.

Décima – dez versos.

Irregular – mais de dez versos.

A melodia que caracteriza o verso é resultado de alguns recursos presentes na poesia de todos os tempos. Os mais importantes são a métrica, o ritmo, a rima e outros recursos sonoros. 


- MÉTRICA OU SÍLABA POÉTICA

Métrica é a medida de um verso, isto é, o número de sílabas poéticas (ou métricas) apresentadas pelo verso. A sílaba poética nem sempre corresponde a uma sílaba gramatical. Na divisão (ou contagem) das sílabas poéticas de um verso, considera-se as emissões de voz do verso como um todo. Além disso, conta-se apenas até a última sílaba tônica do verso. Essa contagem é chamada de escansão.

Observe a escansão destes versos do poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias.

Mi/nha/ ter/ra/ tem/ pal/mei/ras,/

(8 sílabas gramaticais )

Mi/nha/ te/rra/ tem/ pal/mei/ras,

(7 sílabas poéticas)

On/de/ can/ta/ o/ Sa/bi/á;/

(8 sílabas gramaticais)

On/de/ can/ta o/ Sa/bi/á;/

(7 sílabas poéticas)

As/ a/ves/ que/ a/qui/ gor/jei/am,/

(9 sílabas gramaticais)

A/s a/ves/ que a/qui/ gor/jei/am,

(7 sílabas poéticas)

Não/ gor/jei/am/ co/mo/ lá./

(7 sílabas gramaticais )

Não/ gor/jei/am/ co/mo/ lá./

(7 sílabas poéticas )

No último verso, há correspondência entre sílaba gramatical e sílaba poética. Os versos do poema de Gonçalves Dias são heptassílabos ou versos de redondilha maior (sete sílabas poéticas). 

No último verso, há correspondência entre sílaba gramatical e sílaba poética. Os versos do poema de Gonçalves Dias são heptassílabos ou versos de redondilha maior (sete sílabas poéticas).

Classificação do verso quanto ao número de sílabas:

a) Isométricos: são os versos de uma só medida. São classificados como:

- monossílabos,

- dissílabos,

- trissílabos,

- pentassílabos (ou redondilha menor),

- hexassílabos (heroico quebrado),

- heptassílabos (redondilha maior),

- octossílabos,

- eneassílabos,

- decassílabos (medida nova),

- hendecassílabos,

- dodecassílabos (ou alexandrinos).

 

b) Heterométricos: são os versos de diferentes medidas, usados em um mesmo poema.

 

c) Versos livres: são aqueles que não obedecem a nenhum esquema.

 

- RITMO

Um poema também tem ritmo, que lhe é dado pela alternância das silabas que apresentam maior e menor intensidade quando pronunciadas. Por exemplo:

Cavaleiro │das armas escuras

Onde vais│pelas trevas impuras.

(Álvares de Azevedo)

 

- RIMA

Repetição de sons semelhantes, criando um parentesco fônico entre palavras presentes em dois ou mais versos. Classificação quanto a rima de combinações:

Emparelhada – ocorrem de duas em duas (AABB) Alternadas – ocorrem de forma alternada (ABAB) Interpoladas – ocorrem de forma opostas (ABBA) Mistas – tudo embaralhado (ABACDCD)

Exemplo de rima ABBA

De repente do riso fez-se o pranto - A

Silencioso e branco como a bruma - B

E das bocas unidas fez-se a espuma - B

E das mãos espalmadas fez-se o espanto – A

 

- OUTROS RECURSOS SONOROS

Aliteração

É a repetição constante de um mesmo fonema consonantal. Observe como o compositor Chico Buarque alitera os fonemas /t/, /r/, /p/ neste trecho da canção A Rita:

Levou seu retrato,

Seu trapo, seu prato,

Que papel!

Assonância

É a repetição constante de um mesmo fonema vocálico. Observe a assonância do fonema vocálico /a/ nestes versos de Cruz e Sousa:

Ó formas alvas, brancas, Formas claras

 

Soneto de fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento

 Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

 

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

 

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

 

Eu possa me dizer do amor (que tive):

 Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes


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