segunda-feira, 19 de abril de 2021

                             

                                               – Imagem de passeata do movimento Fora Lixão   

                         O caso do lixão de Marituba  
         Em fevereiro de 2019, foi divulgado um estudo técnico-científico solicitado pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) ao Instituto Evandro Chagas (IEC),  que constatou a existência de anomalias na poeira domiciliar, nos solos e nas águas para consumo de nove comunidades próximas ao Lixão de Marituba (O Liberal , 2019), como é conhecida a Central de Processamento e Tratamento de Resíduos de Marituba, município da RMB. Licenciado pela Semas em 2012, o aterro é privado e é operado por duas empresas – Guamá Tratamento de Resíduos/Ltda. e Revita Engenharia/S.A., do grupo nacional Solvi – maior grupo no setor de serviços ambientais do País, contratadas em caráter emergencial com dispensa de licitação pela prefeitura de Belém, em junho de 2015 (Diário Oficial, 2015). Na ocasião, era urgente, como detalharemos adiante, desativar o Lixão do Aurá   que durante mais de 20 anos funcionou no município de Ananindeua e recebeu de forma precária cerca de 1.400 toneladas diárias de resíduos sólidos produzidos na capital e região metropolitana, para assim atender tardiamente as determinações da Lei Nacional de Resíduos Sólidos.
       Desde então, as empresas responsáveis pelo aterro na RMB respondem a cinco ações movidas pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) – duas delas tramitam no Poder Judiciário local por crimes ambientais; uma Ação Popular questiona o contrato com dispensa de licitação; e uma Ação Civil Pública refuta as licenças ambientais obtidas para operar o aterro. Uma delas, motivada pelos protestos da população e dos movimentos sociais especialmente contra o mau cheiro, deflagrou, em dezembro de 2017, uma operação, de nome Gramacho – em alusão ao maior lixão da América Latina – que levou, com a parceria da Polícia Civil, à prisão de gerentes operacionais e diretores nacionais da empresa e a determinação de bloqueio de 53 milhões de reais para cobrir os danos ambientais causados (Portal – Pará, 2017a). Na ocasião, o inquérito policial incluía três denúncias-crime e mais de 30 autos de infração ambiental e inquérito policial da de Delegacia do Meio Ambiente (DEMA) em andamento contra o empreendimento. 

Fonte: site: https://foralixaomarituba.wixsite.com/foralixaomaritub      


               

 


sexta-feira, 19 de março de 2021

                                 

          ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO N. SRA DO ROSÁRIO
CIDADE DE MARITUBA - REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM - PARÁ    
       LITERATURA BRASILEIRA -  PROFESSOR: FRANCISCO  POETA 

                                       RESUMO DE CONTEÚDO PARA O 3º ANO                                   

O PRÉ -MODERNISMO

         Nos primeiros anos da República, o Brasil foi governado por presidentes militares, era a República da espada, 1889 a 1894; seguiram-se presidentes ligados as oligarquias rurais, cafeicultores de São Paulo e pecuaristas de Minas Gerais que formaram a república do café com leite de 1894 a 1930. Foi um período marcado por insurreições e revoltas por todo o país: Guerra de Canudos, na Bahia; Revolta da Vacina, e Revolta da chibata no Rio de janeiro; Guerra do contestado, em Santa Catarina. São Paulo era palco de inúmeras greves. Os antigos escravos eram marginalizados e os imigrantes europeus chegavam para trabalhar nas lavouras ou nas indústrias recém-criadas. O nordeste vivia a estagnação econômica e os bandos de cangaceiros assaltavam propriedades; as secas levavam a morte milhares de sertanejos.                                                                                                    Esse período compreendido entre 1900 e 1922 caracteriza-se pela convivência de várias correntes e estilos literários. Ao lado do mundo cor de rosa das elites estava a miséria do povo. Pouquíssimos foram os escritores que voltaram os olhos de modo crítico para a realidade brasileira porque nesse período ainda predominava o Parnasianismo e os escritores dessa corrente estavam mais preocupados com o prestígio social que a literatura podia lhes dar, muito mais do que com as questões sociais desse período. Mas nesse mesmo período começa a surgir um grupo de escritores preocupados em interpretar a realidade brasileira revelando as tensões e os problemas sócio-políticos daquele período.                                                O Pré-Modernismo não é propriamente uma escola literária, compreende, genericamente, o período que abrange as duas primeiras décadas do século XX e que veio criar condições para o surgimento do Modernismo. Algumas datas podem servir de balizamento para o período pré-modernista: Em 1902, duas publicações podem ser tomadas como ponto de partida para o Pré-Modernismo o romance Canaã, de Graça Aranha que exprime uma visão pessimista do homem brasileiro abordando o problema dos imigrantes europeus e a publicação de Os sertões, relatos históricos, de autoria de Euclides da Cunha.        
       Os Pré–modernistas Lima Barreto, Euclides da Cunha Graça Aranha e Monteiro Lobato, foram escritores que viram com olhos críticos a realidade nacional do começo do século XX, construindo uma obra renovadora, faz parte desse grupo destacando-se na poesia o escritor Augusto dos Anjos. Alguns desses escritores destacaram tanto no pré-modernismo quanto no Modernismo.

                                            O Pré-Modernismo - Contexto histórico                                          EUCLIDES DA CUNHA: Nasceu em 1866 e morreu em 1909. Não alcançou o Modernismo. Sua obra máxima foi Os sertões, um ensaio sociológico e histórico em torno da Guerra de Canudos sob uma ótica positivista e determinista. A obra divide-se em três partes:                                                                                                                                        1 -  A terra: descrição minuciosa do Nordeste em seus aspectos geográficos e físicos;    
                                                                                                                                                    2 -  O homem: os tipos regionais brasileiros, frutos da miscigenação entre o branco, o índio e o negro que deu origem ao sertanejo e ao jagunço fabricado pelo meio árido, seco e , rústico do sertão.                                                                                                                        

3- A luta: retrato os combates, entre os jagunços e as quatro expedições de soldados até o extermínio do Arraial de Canudos.

MONTEIRO LOBATO: Paulista de Taubaté nasceu em 1882 e morreu em 1948. Acreditava no progresso mas, cometeu o equívoco momentâneo de criticar os modernistas de 1922 que buscavam uma arte de reforma, concordando posteriormente com eles. Apesar de destacar-se na literatura com temas voltados para o público adulto, seu maior destaque foi na Literatura infanto-juvenil brasileira sendo considerado o criador da literatura infantil no Brasil.

AUGUSTO DOS ANJOS: Nasceu no Engenho Pau d’arco no Pará e morreu em Leopoldina, minas Gerais. Foi poeta cuja obra caracteriza-se pela crueza de temas que giram em torno da morte, da doença, sempre crítico e com uma linguagem exótica, agressiva, carregada de termos científicos, retrata a angústia, e o sofrimento humano, com acentuado grau de inquietação filosófica, sobre o enigma do universo e da própria vida. Vejamos dois de seus mais intrigantes poemas:     

               VERSOS ÍNTIMOS                                                                                                             Vês?!  Ninguém assistiu ao formidável                                                                                                  Enterro de tua última quimera                                                                                                    Somente a ingratidão _ esta pantera                                                                                                    Foi tua companheira inseparável                                                                                                  

Acostuma-te a lama que te espera                                                                                                          O Homem que nesta terra miserável                                                                                                Mora entre feras, sente inevitável                                                                                           Necessidade de também ser fera

Toma o fósforo. Acende teu cigarro!                                                                                                     O beijo amigo, é a véspera do escarro,                                                                                                 A mão que afaga é a mesma que apedreja.              

Se alguém causa ainda pena a tua chaga                                                                                     Apedreja essa mão vil que te afaga                                                                                                    Escarra nessa boca que te beija                                                                                                                                  Augusto dos Anjos












                                                                         

              

  O ROMANCE E A NOVELA (Por Orlando Tadeu Ataíde Leite)       Pois bem, vamos lá.       Diferentemente do conto e da crônica o romance e a n...