ESCOLS EM . R. C. NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO Professora: Ana Cavalcante / Professor: Francisco Poeta
INTRODUÇÃO À LITERATURA
O QUE É LITERATURA? "A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social.
O artista literário cria ou recria um mundo de verdades que não são mensuráveis pelos mesmos padrões das verdades fatuais.[...]
A Literatura é, assim, a vida, parte da vida, não se admitindo possa haver conflito entre uma e outra.
Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana."
(Afrânio Coutinho)
ALGUNS CONCEITOS SOBRE LITERATURA * - "Arte literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra." (Aristóteles, filósofo grego, séc. IV a.C)
* - "A literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do homem." (Louis de Bonald, pensador e crítico do Romantismo francês, início do séc. XIX)"
* - "A poesia existe nos fatos." (Oswald de Andrade, poeta brasileiro, séc. XX)
* - “Literatura é feitiçaria que se faz com o sangue do coração humano.” (Guimarães Rosa, escritor brasileiro, séc. XX)
LITERATURA E SEUS ELEMENTOS ESTRUTURAIS TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO LITERATURA E
SEUS ELEMENTOS ESTRUTURAIS
TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO
Chamamos de texto literário aquele que
apresenta preocupação com a Arte da literatura, em verso ou em prosa,
constituído da recriação da realidade pela visão do autor, através da palavra
estilizada, ou seja, o texto literário visa o belo, a fruição (prazer) e é
comprometido com a criatividade. São exemplos em verso, os poemas e em prosa, o
conto, a novela e o romance.
Já o texto não literário é aquele que se
preocupa apenas com a comunicação funcional, servindo para diversos fins. É o
caso do texto de jornal, livro didático, da bula de remédios.
Exemplo 1
Sentimento
urgente
“Saudade
é um pouco como fome.
Só
passa quando se come a presença.
Mas
às vezes a saudade é tão
profunda
que a presença é pouco
Quer-se
absorver a outra pessoa toda.
Essa
vontade de um ser o outro
para
uma unificação inteira
É
um dos sentimentos mais
urgentes
que se tem na vida.”
—
Clarice Lispector —
Exemplo
2
“Realizada desde 2014 por um grupo de
autores, livreiros e editores do estado, a FliPA reúne obras de mais de 100 autores
paraenses. Além de homenagear escritores consagrados, o evento abre espaço para
as publicações de romancistas de primeira viagem e a divulgação de novos
talentos.”
(Trecho do jornal O Liberal, 2016)
LINGUAGEM DENOTATIVA E LINGUAGEM CONOTATIVA
“Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada tem mil faces secretas sob a face neutra.”
(Carlos Drummond de Andrade).
Nos textos literários nem sempre a
linguagem apresenta um único sentido, aquele apresentado pelo dicionário.
Empregadas em alguns contextos, elas ganham novos sentidos, figurados,
carregados de valores afetivos ou sociais.
Quando a palavra é utilizada com seu sentido comum (o que aparece no
dicionário) dizemos que foi empregada denotativamente. Quando é utilizada com um sentido diferente
daquele que lhe é comum, dizemos que foi empregada conotativamente, este recurso é muito explorado na Literatura.
A
linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em letras
de música, anúncios publicitários, conversas do dia a dia, etc.
Exemplo de linguagem denotativa:
Saudade - sau·da·de sf 1. Sentimento nostálgico e melancólico
associado à recordação de pessoa ou coisa ausente, distante ou extinta, ou à
ausência de coisas, prazeres e emoções experimentadas e já passadas,
consideradas bens positivos e desejáveis;...
michaelis.uol.com.br
Exemplo de linguagem conotativa:
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(Carlos Drummond de Andrade)
CONCEITO DE ESTILO LITERÁRIO
Estilo individual:
É a maneira própria de cada autor se expressar.
Estilo de época, escola literária
ou movimento literário: é o conflito de trações comuns
que caracterizam as manifestações literárias de uma época.
PROSA
E POEMA
Na
prosa, as linhas ocupam toda a extensão horizontal da página. Os textos
apresentam-se em frases, orações, períodos formando blocos chamados parágrafos.
O
poema é uma expressão em versos. Refere-se à forma. Nele, as linhas, em geral,
não ocupam toda a extensão horizontal.
Verso correspondente
a uma linha do poema organizados em estrofes.
Estrofe
ou estância é uma agrupamento de
versos. As estrofes classificam-se em:
Estilo individual:
É a maneira própria de cada autor se expressar.
Estilo de época, escola literária
ou movimento literário: é o conflito de trações comuns
que caracterizam as manifestações literárias de uma época.
PROSA
E POEMA
Na
prosa, as linhas ocupam toda a extensão horizontal da página. Os textos
apresentam-se em frases, orações, períodos formando blocos chamados parágrafos.
O
poema é uma expressão em versos. Refere-se à forma. Nele, as linhas, em geral,
não ocupam toda a extensão horizontal.
Verso correspondente
a uma linha do poema organizados em estrofes.
Estrofe
ou estância é uma agrupamento de
versos. As estrofes classificam-se em:
1.
Monóstico – só um único verso.
2. Dístico – dois versos.
3. Terceto – três versos.
4. Quadra ou quarteto– quatro versos.
5. Quintilha – cinco versos.
6.
Sextilha ou sexteto
– seis versos.
7.
Sétima ou septilha
– sete versos.
8.
Oitava – oito versos.
9.
Nona
– nove versos.
10.
Décima – dez versos.
11.Irregular –
mais de dez versos.
PROSA E POEMA
Na prosa, as linhas ocupam toda a extensão
horizontal da página. Os textos apresentam-se em frases, orações, períodos
formando blocos chamados parágrafos.
O poema é uma expressão em versos. Refere-se
à forma. Nele, as linhas, em geral, não ocupam toda a extensão horizontal.
Verso correspondente a uma linha do poema organizados em estrofes.
Estrofe ou estância é um agrupamento de versos. As estrofes
classificam-se em:
Monóstico – só um único verso.
Dístico – dois versos.
Terceto – três versos.
Quadra ou quarteto– quatro versos.
Quintilha – cinco versos.
Sextilha ou sexteto – seis versos.
Sétima ou septilha – sete versos.
Oitava – oito versos.
Nona – nove versos.
Décima – dez versos.
Irregular – mais de dez versos.
A melodia que caracteriza
o verso é resultado de alguns recursos presentes na poesia de todos os tempos.
Os mais importantes são a métrica, o ritmo, a rima e outros recursos sonoros.
- MÉTRICA OU SÍLABA POÉTICA
Métrica é a medida de um verso, isto é, o número de sílabas
poéticas (ou métricas) apresentadas pelo verso. A sílaba poética nem sempre
corresponde a uma sílaba gramatical. Na divisão (ou contagem) das sílabas
poéticas de um verso, considera-se as emissões de voz do verso como um todo.
Além disso, conta-se apenas até a última sílaba tônica do verso. Essa contagem
é chamada de escansão.
Observe a escansão destes versos do poema “Canção do exílio”,
de Gonçalves Dias.
Mi/nha/ ter/ra/ tem/ pal/mei/ras,/
(8 sílabas gramaticais )
Mi/nha/ te/rra/ tem/ pal/mei/ras,
(7 sílabas poéticas)
On/de/ can/ta/ o/ Sa/bi/á;/
(8 sílabas gramaticais)
On/de/ can/ta o/ Sa/bi/á;/
(7 sílabas poéticas)
As/ a/ves/ que/ a/qui/ gor/jei/am,/
(9 sílabas gramaticais)
A/s a/ves/ que a/qui/ gor/jei/am,
(7 sílabas poéticas)
Não/ gor/jei/am/ co/mo/ lá./
(7 sílabas gramaticais )
Não/ gor/jei/am/ co/mo/ lá./
(7 sílabas poéticas )
No último verso, há correspondência entre sílaba gramatical e
sílaba poética. Os versos do poema de Gonçalves Dias são heptassílabos ou versos
de redondilha maior (sete sílabas poéticas).
No último verso, há correspondência entre sílaba gramatical e sílaba poética. Os versos do poema de Gonçalves Dias são heptassílabos ou versos de redondilha maior (sete sílabas poéticas).
Classificação do verso quanto
ao número de sílabas:
a) Isométricos: são os versos de uma só medida. São
classificados como:
-
monossílabos,
- dissílabos,
- trissílabos,
-
pentassílabos (ou redondilha menor),
- hexassílabos
(heroico quebrado),
-
heptassílabos (redondilha maior),
-
octossílabos,
-
eneassílabos,
- decassílabos
(medida nova),
-
hendecassílabos,
-
dodecassílabos (ou alexandrinos).
b) Heterométricos:
são os versos de diferentes medidas, usados em um mesmo poema.
c) Versos
livres: são aqueles que não obedecem a nenhum esquema.
- RITMO
Um poema
também tem ritmo, que lhe é dado pela alternância das silabas que apresentam
maior e menor intensidade quando pronunciadas. Por exemplo:
Cavaleiro
│das armas escuras
Onde vais│pelas
trevas impuras.
(Álvares de
Azevedo)
- RIMA
Repetição de
sons semelhantes, criando um parentesco fônico entre palavras presentes em dois
ou mais versos. Classificação quanto a rima de combinações:
Emparelhada –
ocorrem de duas em duas (AABB) Alternadas – ocorrem de forma alternada (ABAB)
Interpoladas – ocorrem de forma opostas (ABBA) Mistas – tudo embaralhado
(ABACDCD)
Exemplo de
rima ABBA
De repente do
riso fez-se o pranto - A
Silencioso e
branco como a bruma - B
E das bocas
unidas fez-se a espuma - B
E das mãos
espalmadas fez-se o espanto – A
- OUTROS
RECURSOS SONOROS
Aliteração
É a repetição
constante de um mesmo fonema consonantal. Observe como o compositor Chico
Buarque alitera os fonemas /t/, /r/, /p/ neste trecho da canção A Rita:
Levou seu retrato,
Seu trapo,
seu prato,
Que papel!
Assonância
É a repetição
constante de um mesmo fonema vocálico. Observe a assonância do fonema vocálico
/a/ nestes versos de Cruz e Sousa:
Ó formas
alvas, brancas, Formas claras
Soneto
de fidelidade
De
tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que
mesmo em face do maior encanto
Dele
se encante mais meu pensamento.
Quero
vivê-lo em cada vão momento
E
em seu louvor hei de espalhar meu canto
E
rir meu riso e derramar meu pranto
Ao
seu pesar ou seu contentamento
E
assim, quando mais tarde me procure
Quem
sabe a morte, angústia de quem vive
Quem
sabe a solidão, fim de quem ama
Eu
possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas
que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de
Moraes